Com a expectativa de um novo aumento dos combustíveis, a Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU) sinaliza o caos no transporte público em todo o país. A entidade, que representa as empresas operadoras do setor, afirma que o novo reajuste do diesel pode reduzir a oferta de ônibus para a população.
Sem mudança nos preços há 57 dias, importadores aguardam um aumento de 12% na gasolina e 24% no diesel - a ser divulgado pela Petrobras nos próximos dias. “Se não forem definidas fontes para cobrir esses custos adicionais, as operadoras serão obrigadas a racionar o combustível e oferecer apenas viagens nos horários de pico, pela manhã e à tarde. No resto do tempo, os ônibus terão que ficar parados nas garagens”, afirma Francisco Christovam, presidente do NTU.
Na capital mineira, a previsão pode ser ainda mais catastrófica, já que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetrBH) garante que, em Belo Horizonte, o transporte público já opera em colapso. Desde a última sexta-feira (29/4), a população sofre com a falta de ônibus. A redução da frota foi adotada como estratégia para diminuir os impactos financeiros, na tentativa de equilibrar o sistema.
Mas apesar do alerta da entidade nacional, o Setra afirma que não haverá redução na circulação de ônibus de forma imediata. “Serão realizadas assembleias com todos os associados antes de uma tomada de decisão, sendo ela favorável ou não”, declarou.
O sindicato belo-horizontino justifica a crise ao citar o congelamento das tarifas nos últimos quatro anos. Além da inflação acumulada, aumento do diesel, aumento do preço do veículo, das peças e autopeças em quase 100%. Foi pontuado, também, o aumento de apenas 27% do salário mínimo de dezembro de 2018 até hoje e a redução de 43,9% do número de passageiros pagantes no mesmo período.
Sem mudança nos preços há 57 dias, importadores aguardam um aumento de 12% na gasolina e 24% no diesel - a ser divulgado pela Petrobras nos próximos dias. “Se não forem definidas fontes para cobrir esses custos adicionais, as operadoras serão obrigadas a racionar o combustível e oferecer apenas viagens nos horários de pico, pela manhã e à tarde. No resto do tempo, os ônibus terão que ficar parados nas garagens”, afirma Francisco Christovam, presidente do NTU.
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O sindicato belo-horizontino justifica a crise ao citar o congelamento das tarifas nos últimos quatro anos. Além da inflação acumulada, aumento do diesel, aumento do preço do veículo, das peças e autopeças em quase 100%. Foi pontuado, também, o aumento de apenas 27% do salário mínimo de dezembro de 2018 até hoje e a redução de 43,9% do número de passageiros pagantes no mesmo período.
Colapso
Segundo a NTU, a redução da oferta dos serviços representará um impacto direto na rotina de 43 milhões de passageiros. “A esmagadora maioria das nossas associadas está sem caixa para fazer frente a mais um reajuste; não há como comprar o diesel para rodar, colocar um ônibus na rua com tanque vazio seria uma irresponsabilidade”, completa Christovam.
O diesel é o segundo item de custo que mais pesa no valor da tarifa dos ônibus urbanos, depois da mão de obra, com uma participação média de 30,2% no custo geral das operadoras do transporte público, explica a entidade nacional.
“Os aumentos registrados de janeiro para cá, da ordem de 35% nas refinarias, já representam um aumento nos custos do transporte público por ônibus em 10,6% só este ano. Esse impacto ainda não foi compensado por aumentos de tarifa ou subsídios por parte das prefeituras, que contratam os serviços de transporte público”, comenta o presidente da NTU.
Estabilização dos preços
Para a entidade, a solução para a crise no setor seria a adoção de mecanismos para a estabilização dos preços dos combustíveis, que vão da reformulação da estrutura tributária incidente sobre o diesel à adoção de políticas de preços especiais para setores essenciais como o de transporte público.
“O consumo de diesel do transporte público por ônibus nas cidades e regiões metropolitanas é de apenas 5% a 6% do total do consumo nacional; ter uma política diferenciada para esse segmento não impactaria significativamente a política de preços dos combustíveis”, completa Christovam.