A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou nesta quarta-feira (11/5) que o estado tem quatro casos suspeitos de hepatite aguda infantil, que atinge principalmente crianças de até 2 anos. Em todo o país, há 28 registros sendo investigados por pesquisadores e especialistas.
Segundo balanço da secretaria, há dois casos em Belo Horizonte e outros dois em Juiz de Fora. Até essa terça-feira (10/5), apenas dois casos haviam sido contabilizados, um em cada uma.
As causas da doença ainda são desconhecidas. “Os casos estão em investigação e acompanhamento, e foram notificados ao Ministério da Saúde. Os principais sintomas relatados foram dor abdominal e vômitos, acompanhados de alterações de enzimas hepáticas”, afirma a SES-MG.
Além de Minas, a doença foi registrada no Espírito Santo (dois), Pernambuco (dois), Paraná (três), Rio de Janeiro (sete), Santa Catarina (dois) e São Paulo (oito).
O governo de Minas também informou a cobertura vacinal do público infantil contra a hepatite. Desde o ano passado, 75,88% das crianças menores de 1 ano foram imunizadas contra a hepatite B. Outras 68,51% com idade inferior a 30 dias também receberam a dose. Já 76,42% das crianças (com faixa-etária não informada) se vacinaram contra a Hepatite A.
Curta duração
Em entrevista ao Estado de Minas, a infectologista Luana Araújo diz que, ao contrário da hepatite crônica, a aguda tem curta duração. “A hepatite é uma inflamação no fígado. No caso da aguda, a doença pode durar semanas ou até seis meses. Diferentemente da crônica, que, em muitos casos, o tempo é indeterminado", explica.
Quando não tratada, a hepatite aguda grave pode se tornar uma doença crônica, levar à cirrose ou insuficiência hepática, e gerando a necessidade de um transplante de fígado, já que o corpo não consegue sobreviver sem o fígado. Na sua forma mais branda, a inflamação pode ser assintomática, ou seja, não apresentar sintoma algum, sendo detectável apenas por meio de exames clínicos.
A médica explica ainda que a doença é rara em crianças, pois, geralmente, os vírus responsáveis por infectá-las costumam acometer o sistema respiratório, e não o fígado. “Em poucos casos, como o de crianças imunossuprimidas, alguns vírus podem atacar outros órgãos, incluindo o fígado. Porém, normalmente, este órgão não é a predileção desses agentes infecciosos durante a infância”, detalha a médica.
*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria