O Hospital XXIII, referência em toxicologia em Belo Horizonte, atendeu 2.068 vítimas de envenenamento por peçonhentos entre janeiro e maio deste ano. Isso representa 53% do total do ano passado, quando foram registrados 3.877 casos.
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Maio Amarelo: veja dados do Hospital João XXIII sobre acidentes de trânsitoSul de Minas registra aumento de ocorrências de picadas de escorpiõesCobras, jacarés e gambás: Rio de Janeiro tem recordes de animais silvestres em áreas urbanasBH: Falta de médicos afeta atendimentos no Hospital Infantil João Paulo IIQuanto a trabalhos que envolvam manipulação de entulhos, limpeza de porões e sótãos ou que sejam em região de mato, Adebal pontua: “A maioria das picadas acomete mãos, braços, pés e pernas. O uso de botas de cano alto e luvas de raspa de couro, quando em atividades consideradas de risco, previnem a maioria dos acidentes pelos animais peçonhentos”.
De acordo com dados levantados pelo hospital, os casos mais comuns de acidentes envolvem escorpiões. Em seguida, aranhas, serpentes e, por último, lagartas.
O que fazer em caso de acidente?
“A primeira providência é localizar o animal envolvido. Se possível, fotografar em várias posições (cabeça, corpo e cauda) e levar para onde for atendido para permitir que a equipe de saúde faça a identificação” explica Adebal.
A identificação correta do animal permite tratamento mais rápido e mais específico. “O paciente deve ser levado a uma unidade de saúde mais próxima, mesmo que esteja pouco sintomático, no primeiro momento”, continua.
O coordenador enfatiza ainda o que não deve ser feito: “Não fazer torniquete; não furar ou cortar o local; não tentar chupar o veneno; não oferecer líquidos ou alimentos para ingerir; não oferecer leite ou bebida alcoólica; não administrar calmantes”. Em um primeiro momento, se possível, a vítima deve somente lavar o ferimento com água e sabão.
Quem procurar em caso de acidente?
A vítima pode acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192. Em Belo Horizonte e Região Metropolitana, é possível acionar diretamente o Centro de Toxicologia pelos telefones: (31) 3224-4000, (31) 3239-9308 ou 0800-7226001.
“O CIAToxMG (Centro de Toxicologia) que fica dentro do Hospital João XXIII, funciona 24 horas por dia, 7 dias da semana, e tem uma equipe treinada e pronta para fornecer informações tanto às vítimas de acidentes provocados por peçonhentos, como também a profissionais de saúde, ajudando no diagnóstico e tratamento a distância”, enfatiza Adebal.
Em caso de identificação de animais peçonhentos em casa, o serviço de zoonoses da prefeitura deve ser acionado para orientações gerais e, eventualmente, até alguma intervenção. Na capital mineira, o departamento responde pelo número (31) 3277-7411. “No entanto, cada cidadão deve sempre estar atento às orientações de prevenção”, finaliza o coordenador.