Jornal Estado de Minas

ANGÚSTIA

'A cada minuto ele morre um pouco', diz irmã de mineiro perdido em Portugal

O mineiro Douglas Gonçalves Almeida, natural de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, está desaparecido em Portugal desde a última segunda-feira (9/5). Familiares em Minas buscam notícias do homem de 36 anos que mora há mais de quatro anos em Cascais, e vivem momentos de angústia agravados pela distância e dificuldades em acionar autoridades do país europeu.





De acordo com a irmã de Douglas, Karla Cristine, o último contato do mineiro com a família foi na noite de segunda-feira. Na ocasião, ele estava indo a uma maternidade para dar assistência a uma mulher com quem se relacionou anteriormente e havia entrado em trabalho de parto emergencial. 

A gravidez foi fruto de um caso ocorrido durante um hiato do relacionamento que Douglas tem há três anos no país europeu. Ambas as mulheres são brasileiras. A atual companheira do mineiro está atualizando os familiares e buscando auxílio junto às autoridades portuguesas para tentar solucionar o desaparecimento.

Segundo Karla Cristine, que mora em Belo Horizonte, não há qualquer sinal do irmão desde seu desaparecimento. Ele foi visto pela última vez entrando no apartamento da ex-companheira para buscar itens pessoais para auxiliar na internação e no pós-parto. O dono de uma oficina mecânica instalada embaixo do prédio disse ter visto Douglas entrar no edifício, mas não percebeu a saída. Além disso, o carro dirigido pelo brasileiro também sumiu.




 
Contatos para ajudar nas buscas pelo mineiro no país europeu (foto: Arquivo familiar/ Divulgação)
 

O tio e padrinho de Douglas, Milton Souza, disse à reportagem que conseguiu, através da intervenção de um deputado federal, entrar em contato com o Itamaraty, que atua junto ao governo português para tentar encontrar o brasileiro. Ainda assim, familiares relatam preocupação com a falta de informações por parte das autoridades europeias.

“A esposa já foi várias vezes na polícia e eles falaram que tem que esperar. É angustiante, porque a cada minuto em que a polícia portuguesa fala que tem que esperar, ele vai morrendo um pouco”, contou Karla.

Procurado pela reportagem, o Itamaraty afirmou que acompanha o caso por meio do Consulado-Geral em Lisboa e está à disposição para prestar toda a assistência cabível aos familiares de Douglas. Informações específicas sobre o caso não serão divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro.