Jornal Estado de Minas

NOVO PERIGO

Aumenta número de casos suspeitos de hepatite aguda grave em Minas

Os casos suspeitos de hepatite aguda de etiologia desconhecida em Minas subiram para seis, conforme atualização da Secretaria Estadual de Saúde nesta sexta-feira (13/5). Até o momento, foram notificados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas) dois casos em Juiz de Fora, outros dois em Montes Claros e mais dois em Belo Horizonte.





 

Em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, os casos foram classificados como um descartado e o outro em investigação. Os casos referentes a Juiz de Fora e Belo Horizonte são prováveis, estão em investigação e acompanhamento e foram notificados ao Ministério da Saúde.

 

Os principais sintomas relatados pelos pacientes foram dor abdominal e vômitos, acompanhados de alterações de enzimas hepáticas.

 

As causas da doença ainda são desconhecidas. Além de Minas Gerais, a doença foi registrada no Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

 

O governo de Minas também informou a cobertura vacinal do público infantil contra a hepatite. Desde o ano passado, 75,88% das crianças menores de 1 ano foram imunizadas contra a hepatite B. Outras 68,51% com idade inferior a 30 dias também receberam a dose. Já 76,42% das crianças (com faixa-etária não informada) se vacinaram contra a hepatite A.





 

Em entrevista ao Estado de Minas, a infectologista Luana Araújo diz que, ao contrário da hepatite crônica, a aguda tem curta duração. "A hepatite é uma inflamação no fígado. No caso da aguda, a doença pode durar semanas ou até seis meses. Diferentemente da crônica, que, em muitos casos, o tempo é indeterminado", explica.

 

Quando não tratada, a hepatite aguda grave pode se tornar uma doença crônica, levar à cirrose ou insuficiência hepática, e gerar a necessidade de um transplante de fígado, já que o corpo não consegue sobreviver sem o fígado. Na sua forma mais branda, a inflamação pode ser assintomática, ou seja, não apresentar sintoma algum, sendo detectável apenas por meio de exames clínicos.

 

A médica explica ainda que a doença é rara em crianças, pois, geralmente, os vírus responsáveis por infectá-las costumam acometer o sistema respiratório, e não o fígado. "Em poucos casos, como o de crianças imunossuprimidas, alguns vírus podem atacar outros órgãos, incluindo o fígado. Porém, normalmente, este órgão não é a predileção desses agentes infecciosos durante a infância", detalha a médica.

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Diogo Finelli