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Estado de Minas NORTE DE MINAS

MTST denuncia invasão em ocupação em Montes Claros: 'Massacre anunciado'

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto relataram que donos da propriedade e seguranças particulares cercaram o local onde 50 pessoas se instalaram na sexta-feira


14/05/2022 17:46 - atualizado 15/05/2022 12:54

Ocupação em Montes Claros
Ocupação do MTST foi invadida na manhã deste sábado (14/5) (foto: MTST/DIVULGAÇÃO)
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) denunciou a invasão de uma ocupação em Montes Claros, no Norte de Minas, por donos da propriedade e seguranças particulares na manhã deste sábado (14/5).

Segundo o relato, um dos proprietários esteve no local por volta das 9h e ameaçou os membros do movimento. Em seguida, seguranças privados chegaram às 11h. 

De acordo com o coordenador do MTST em Minas, Jairo dos Santos Pereira, os homens bloquearam as entradas com caminhões de terra. O representante da organização os classificou como “jagunços”.

“A situação está complicada. É um massacre anunciado. São mais de 40 jagunços e seguranças privados. Bloquearam as entradas com caminhões de terra. A polícia não está agindo, não veio para aqui proteger as famílias”, contou Jairo.

Trabalhadores ocupam terra em Montes Claros
MTST ocupou terreno em Montes Claros nessa sexta-feira (13/5) (foto: MTST/DIVULGAÇÃO)


Cerca de 50 pessoas integram a ocupação. “As 35 famílias estão em risco. Tem criança. Tem mulher grávida. Tem um jovem com autismo. Tá uma situação sem jeito… muito díficil”, complementou o líder do MTST.

As terras ocupadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto nessa sexta-feira (13/5) pertencem à família de Jairo Ataíde (DEM), ex-prefeito de Montes Claros. A propriedade está situada entre o aeroporto e a Lagoa da Pampulha.

Localização da ocupação
Terras pertencem à família Ataíde, do ex-prefeito de Montes Claros (foto: Google Maps/Reprodução)

Conforme o MTST, os donos do terreno devem R$ 7 milhões de IPTU. “Eles ameaçam todo o tempo. Falam que vão botar fogo nas habitações”, disse Jairo Pereira.

Ainda segundo o movimento, a Polícia esteve no local, mas não prestou ajuda ou acolhimento.

O político Guilherme Boulos (PSOL), líder do MTST, usou as redes sociais para cobrar o governador mineiro Romeu Zema (Novo) sobre a situação. 


A Polícia Militar informou que "intermediou o conflito ali existente entre as partes, apaziguando os ânimos, e orientou sobre as medidas legais cabíveis à situação."

Leia na íntegra a nota enviada pela PM:

"Na manhã deste sábado, 14, por volta das 10h20min, a Polícia Militar foi acionada via 190 por um cidadão que informou que estava sofrendo ameaças por parte de alguns homens, em um terreno localizado nos fundos do aeroporto da cidade de Montes Claros.

Sob o comando da Oficial Coordenadora do Policiamento da Unidade, as equipes rapidamente deslocaram ao local, onde depararam com uma situação de invasão de um terreno particular. 

No local foi verificada a existência de 27 (vinte e sete) barracas de lona instaladas, feitas com bambus, com alguns utensílios domésticos, e, cerca de trinta pessoas, dentre elas crianças e adultos. 

Conforme apurado no local, a invasão ocorrera na noite de ontem (13), quando os envolvidos invadiram o terreno e montaram as barracas, e, somente na manhã de hoje, um dos proprietários tomou conhecimento do fato.

A equipe policial fez contato com as partes envolvidas, através do representante do movimento MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e um dos proprietários do imóvel. 

A PM intermediou o conflito ali existente entre as partes, apaziguando os ânimos, e orientou sobre as medidas legais cabíveis à situação.

Foi confeccionado o registro da ocorrência com a qualificação dos envolvidos e versão apresentada por ambas as partes. A PM continua monitorando a área, realizando pontos-base e passagens periódicas de equipes policiais no local, visando evitar a ocorrência de conflitos."


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