Os familiares de Douglas Gonçalves de Almeida, de 36 anos, encontrado morto nesta segunda-feira (16/05), a beira de uma estrada, em Sintra, perto de Lisboa, aguarda as investigações da polícia portuguesa para saber se o mineiro cometeu suicídio ou se foi vítima de homicídio.
"A família ainda não sabe se foi suicídio ou homicídio. O caso está sob investigação pela polícia portuguesa e esperamos que tudo venha ser esclarecido", declarou ao Estado de Minas, na noite de segunda-feira, o professor Milton Sousa, tio e padrinho de Douglas, que mora em Araçuaí.
Douglas estava desaparecido desde o dia 9 de maio.O corpo foi encontrado nesta segunda por volta do meio-dia (horário de Portugal), apresentava sinais de enforcamento e estava a mais de sete quilômetros de Cascais (onde o brasileiro morava), também localizada na região metropolitana de Lisboa.
O professor Milton Sousa disse que o sobrinho morava em Portugal há quatro anos e trabalhava na área de construção civil, com serviços de pintura e reforma de casas. Antes, na cidade do Vale do Jequitinhonha, ganhava a vida como auxiliar de serviços gerais em um colégio ligado a uma instituição católica.
Ainda segundo o tio e padrinho de Douglas, o carro do mineiro foi encontrado sem sinais de arrombamento e de acidente em uma estrada deserta, próximo ao local onde o corpo foi localizado. "O local era como um caminho de praia, algo assim, e o carro estava intacto, tudo perfeito. Ele foi encontrado sem vida, de bruços, próximo ao carro, com sinais de enforcamento", explicou o tio. Ao lado, foram encontrados os pertences de Douglas, como bolsa, carteira e cartões.
Milton Souza informou que o corpo foi encaminhado para o serviço de medicina legal de Lisboa.
Em entrevista ao Estado de Minas, a irmã de Douglas, Karla Cristine, contou que o último contato com a esposa foi na segunda-feira, quando ele disse que estava indo para a maternidade auxiliar uma mulher com quem se relacionou anteriormente e que havia entrado na emergência em trabalho de parto.
Vaquinha eletrônica
A família está empenhada em resolver como será o traslado do corpo para o Brasil. Outra irmã de Douglas, Daniela Gonçalves de Almeida, de 40 anos, contou que a família estava começando uma vaquinha, inicialmente para que algum parente fosse para Portugal. "A intenção era ir pra lá ajudar a esposa e pressionar as autoridades pelas buscas. Agora, mudamos para o objetivo de trazer o corpo para cá, porque não é barato", explicou.
A meta de arrecadação divulgada na vaquinha virtual - da "ajuda para trazer o corpo de Douglas de Portugal para o Brasil" é de R$ 40 mil, sendo que até a noite desta segunda-feira, já tinham sido arrecadados R$ 4.322,80.
Segundo o professor Milton Sousa, na verdade, o objetivo inicial da campanha é de arrecadação de R$ 100 mil para bancar todas as despesas do traslado. Ele disse que a família solicitou apoio ao Itamaraty, mas que o governo não libera recursos para cobrir esse tipo de despesa.
"Mas ainda não sabemos como ficará a questão do traslado, pois o corpo foi encontrado em estado de decomposição", afirmou o tio de Douglas.
* estagiária sob supervisão da subeditora Fernanda Borges