Funcionários do Hospital Sofia Feldman, testemunhas e o pai da recém-nascida Olívia, Osmar Pereira, prestaram depoimento nesta quarta-feira (18/5) à Polícia Civil para investigar as circunstâncias que levaram o bebê a sofrer traumatismo craniano ao nascer. Na semana passada, a mãe, Josiane Marques Pereira, se sentiu mal na recepção do local e deu à luz logo em seguida, o que levou a criança a bater fortemente a cabeça no chão.
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Mulher é achada morta com diversas lesões e sinais de atropelamento em BHJovem é investigado por divulgar fotos íntimas de ex-namorada adolescenteCriança cai de apartamento depois de ser deixada sozinha pelo paiPolícia tenta identificar mulher suspeita de abandonar bebê na Santa CasaPolícia Civil indicia mãe por morte de bebê de cinco meses em PitanguiMedicina da UFMG suspende aulas presenciais por surto de COVID na faculdadeA bebê precisou passar por cirurgia de cerca de três horas às pressas no Hospital João XVIII e levou 11 pontos na cabeça. A mãe alegou que houve negligência do Sofia Feldman no atendimento e registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar. Olívia teve alta há uma semana e se recupera em casa.
Segundo Josiane, houve demora excessiva para que ela fosse atendida por um médico, sem que houvesse tempo de evitar o incidente.
O advogado da família, Leandro Furno Petraglia, está recolhendo imagens mais claras para apresentá-las à Justiça no processo. “O objetivo é captar momentos antes e depois do nascimento da criança com o objetivo de mensurar o tempo em que a mãe ficou à espera na recepção. “Estamos buscando 50 minutos de gravação para reforçar o tempo de espera que ela ficou na recepção até ser atendida, a falta da triagem, que é onde está o ponto de negligência no hospital”, afirma.
“No vídeo, é possível perceber que a Olívia cai no momento do parto. Vamos requisitar outras câmeras, em outros ângulos, para comprovar esse tempo de espera”, acrescenta o advogado.
Segundo Petraglia, o prontuário médico ainda não foi entregue pelo Sofia Feldman. A família tenta via Justiça que a recém-nascida tenha tratamento satisfatório que evite problemas de saúde no futuro.
“O principal ponto para a família, que está bem abalada, é garantir a saúde da Olívia daqui para a frente. Precisamos concentrar na evolução do tratamento dela, fazer um acompanhamento com pediatras, neurologistas e outras especialidades para averiguar se a cirurgia não deixará sequelas. O principal foco da família é que ela tenha uma vida saudável de agora em diante. Precisamos também averiguar se isso vai envolver um custo da maternidade. Isso será feito ao longo do processo”, afirma o advogado.
'Evolução fora do habitual'
Em nota ao Estado de Minas na segunda-feira (16/5), a Maternidade Sofia Feldman informou que a paciente chegou ao hospital no dia 6/5 (sexta-feira) e foi acolhida imediatamente e classificada como verde, podendo esperar até duas horas para atendimento. Segundo o hospital, Nesse período, houve uma evolução fora do habitual (50 minutos), culminando com o nascimento da criança de uma forma extremamente rápida, não havendo tempo de preparação da equipe de atendimento para o importunado desfecho.
Para Josiane, a cena traz reflexões profundas. “Tentamos criar forças e voltar com o lado psicológico normal. Queira ou não, ela agora precisa de cuidado. Eu preciso estar bem para isso. Mas é uma cena que não vou esquecer nunca”, avisa a mãe.