Com apenas 5 meses de vida, a pequena sorridente Ana não é somente o orgulho dos pais, mas também ajuda outros bebês a crescerem sadiamente no mundo. Sua mãe, a professora Carolina Mitt Teixeira, de 25 anos, se tornou uma das doadoras de leite na Maternidade Odete Valadares, que tem 35 anos de atuação e sempre vive com problemas para repor estoques.
No dia em que é comemorado o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, nesta quarta-feira (18/5), a maternidade deu início a mais uma campanha para incentivar outras mães a aderirem ao ato de solidariedade. Várias delas participaram do encontro, do prédio administrativo do hospital, no Prado, que contou com a participação de médicos e terapeutas.
Atualmente, o Odete Valadares precisa de 250 litros de leite por mês, mas encerrou abril com apenas 186 litros. Em todo o estado, além da maternidade, outras 41 pontos de coleta estão cadastradas para receber as doações.
Por ter leite em excesso, Carolina se ofereceu para doar as sobras há três meses. “É difícil de colocar em palavras, mas enquanto estamos amamentando acabamos suprindo uma necessidade básica do bebê. Como sempre tive muito leite, conseguimos doar e abençoar outras vidas. É algo muito especial, porque Deus nos deu algo que podemos oferecer para outras pessoas também”, afirma.
Ela diz que há toda uma preparação antes de ir aos pontos de coleta: “Existe todo um processo. Eles ensinam o processo de higienização, passar água no peito, usar touca e máscaras durante a doação. Quando eles te dão o cartão, já indicam os exames que você tem de fazer, porque você tem de estar com a saúde em dia”.
Outra mãe que entrou para o ato de solidariedade foi Cristiane Carvalho, de 34, mãe de Pis, de apenas 3 meses. “Comecei a doar há três meses. Tinha muito leite, mas a Lis não conseguia mamar. Logo vi, uma oportunidade de poder ajudar outras crianças. Como mãe da Lis, tinha como dever de ajudar outros bebês. É um trabalho muito importante”, frisa.
Para agendar uma doação, a mãe precisa entrar em contato com o Banco de Leite Humano pelos telefones (31) 3337-5678 ou 3298-6008 para realizar o cadastro. Quem tenha contraído COVID-19 e já tenha se recuperado, passado o período de isolamento de 15 dias, pode doar O leite sem problemas. As vacinadas contra a doença também podem ser doadoras.
Campanha
“Temos cerca de 120 mães cadastradas. Esse montante é um número bom, mas precisamos de mais doadoras. Nossa intenção foi reunir um pequeno grupo que fazem parte do nosso cadastro para incentivar outras mães a fazer o mesmo. É importante divulgar a importância desse ato de doar leite para que possamos salvar a vida de muitos bebês prematuros que estão necessitados do leite humano”, ressalta a coordenadora do banco de leite humano da Maternidade Odete Valadares, Maria Hercília Barbosa.
Ela diz que, quanto mais as mães recebem orientações para amamentar, mais se mostram dispostas a entrar para o grupo de doadoras: “Vimos relatos de mães que tiveram dificuldade inicial e recebeu apoio. É importante frisar que elas precisam de uma rede apoio para amamentar da melhor forma. Isso mostra para a gente que vale a pena esse incentivo, pois teremos um maior número de doadoras no futuro. E certamente teremos leite excedente para doar aos bancos e postos de coletas”.
A terapeuta ocupacional Cristiane Vieira diz que qualquer quantidade doada já é bem-vinda: “Falamos que cada gotinha que recebemos é preciosa. Muitas crianças que estão aqui têm problemas ou nasceram prematuras. Imaginar que algumas vão ao banco de leite e doam apenas 5ml e isso nós já comemoramos com elas. Quando chega um pote cheio de leite para nossos bebês é perfeito. Esse ato é muito bonito. Muitas das mães que precisam desse leite se sentem agradecidas”.