Jornal Estado de Minas

RUAS 'CONGELADAS'

Trabalho no frio: desafio de algumas profissões em BH

Com o frio intenso que chegou em Belo Horizonte nos últimos dias, trabalhadores que cumprem jornada fora do horário comercial ou precisam acordar muito cedo enfrentam um novo desafio para sair de casa. Abrir mão da cama quentinha, pegar o transporte e encarar o clima gelado transformou-se em um obstáculo na manhã desta quinta-feira (19/5).



Enquanto para a maioria das pessoas a rotina começa no horário comercial, a partir das 8h, o verdureiro e produtor agrícola Altino Ferreira Amaral, de 59 anos, já está de pé às 3h30 da manhã. Ele vende verduras e frutas em uma barraca na Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua Alagoas. "Não tem muito o que fazer para escapar do frio, principalmente aqui, que venta bastante", disse.

Acostumado com o frio, Altino Ferreira Amaral diz que não há muito o que fazer para escapar (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


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Acostumado a acordar cedo, ele diz que o frio já faz parte da rotina. "De manhã é sempre mais gelado, mas, realmente, nos últimos dias tem feito muito mais frio. É difícil, mas a gente acostuma", comenta. Morador de Mário Campos, ele colhe as verduras fresquinhas na tarde anterior e já deixa tudo preparado para sair. "Já estou aqui há quatro anos. Chego sempre por volta das 6h", conta.

Casaco grosso, luvas, meias longas e gorro. Assim é a vestimenta da gari Angélica das Graças Coelho, de 34 anos que, nas outras estações, costuma usar roupas leves e frescas. "Já saio de casa toda empacotada de casa", conta. Apesar do trabalho intenso, ela diz que não tem sido possível fugir do frio. "Mesmo a gente que passa o dia todo andando tem sido difícil. O vento passa cortando", afirma. 



A também gari Laurina Pereira dos Santos, de 43 anos, concorda e ainda complementa: "a mão até endurece, tive que colocar duas luvas para aguentar o serviço hoje", comenta. Para ela, esse ano o frio tem sido mais intenso. " Outro grande aliado para driblar o frio é a parada para tomar um cafezinho.

A caminho do trabalho, a doméstica Noêmia Henriques Moreira, de 51 anos, passou em uma pastelaria no Centro de BH para comprar uma bebida. "Já desço do ônibus e pego meu cafezinho para tomar no trajeto. Ajuda a esquentar o corpo e as mãos", disse. O jeito, segundo ela, é se agasalhar bastante e recorrer às bebidas quentes. "Sai com mais de um casaco, luva e gorro. Estou tomando bastante chá, chocolate quente, café, tudo que tiver para ajudar a esquentar", conta.