O advogado criminalista e assistente de acusação contratado para o julgamento da chacina de Unaí, Roberto Tardelli, está confiante de que o resultado será o mesmo de 2015. Na ocasião, o réu Anterio Mânica foi condenado a 100 anos de prisão, como um dos mandantes do crime.
mandantes de crimes como o da chacina de Unaí. "Todo julgamento que envolve o mandante sempre é difícil. Ele tem o poder econômico. Consegue andar na sombra, por isso contrata alguém para fazer o serviço sujo", avalia.
Tardelli, que atuou também no caso Richthofen, lamenta a dificuldade de se condenar Segundo ele, o que difere esse caso dos demais é a gravidade institucional do ato. "O que está em jogo, além da dor das famílias, é uma relação de poder naquilo que temos de mais vergonhoso no país, que é o trabalho escravo. Esses fiscais só morreram, porque foram extremamente honestos. Estamos aqui para resgatar a dignidade desses trabalhadores", afirma.
A previsão é de que o julgamento aconteça até sexta-feira (27/05). Na avaliação de Tardelli, a resolução deve se estender até o último dia. "A gente sabe como e quando o júri começa, mas nunca quando termina", afirma. Na manhã desta terça-feira (24), sete jurados foram definidos por meio de sorteio.
Ao longo desses quatro dias serão ouvidas 20 testemunhas, sendo 14 de acusação e seis de defesa. O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que um veículo igual ao da esposa de Antério Mânica teria sido visto no local onde estavam os executores dos assassinatos e os intermediários da chacina.
Também representam a acusação as procuradoras da república Mirian Moreira Lima, Aldirla Pereira de Alburquerque e Juliana Azevedo Santa Rosa Câmara. A defesa do réu é representada pelo advogado Marcelo Leonardo.
Ao longo desses quatro dias serão ouvidas 20 testemunhas, sendo 14 de acusação e seis de defesa. O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que um veículo igual ao da esposa de Antério Mânica teria sido visto no local onde estavam os executores dos assassinatos e os intermediários da chacina.
Também representam a acusação as procuradoras da república Mirian Moreira Lima, Aldirla Pereira de Alburquerque e Juliana Azevedo Santa Rosa Câmara. A defesa do réu é representada pelo advogado Marcelo Leonardo.
A Chacina de Unaí
Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na zona rural de Unaí, incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto.
Além de Antério Mânica, o irmão dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, porém, está em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na prisão.