Professores de escolas particulares de Belo Horizonte e Região se reuniram na manhã desta terça-feira (24/5), em paralisação, na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), na Região Centro-Sul de BH, para participarem da assembleia que discute a recomposição salarial para a categoria.
Durante o protesto, foi aprovado em assembleia o estado de greve da categoria. "Hoje a gente já saia daqui em estado de greve, o que significa que não precisamos mais cumprir aquelas 72 horas. O patronal já sabe da nossa possibilidade e disposição para luta", disse a presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Valéria Morato.
Na paralisação foi decidido uma nova assembleia na próxima quarta-feira junto com a paralisação da categoria.
Na ocasião, compareceram profissionais de diversas escolas, além da vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT). Duda, que é professora de literatura, afirmou que é necessário "fortalecer a categoria", exigindo nenhum direito a menos.
"Nós superamos uma pandemia e cada professor e professora aqui sabe o dano psicológico afetivo que nós passamos na pandemia. O mínimo que nós queríamos agora na volta às aulas presenciais é o mínimo de valorização e o que nós estamos enfrentando é um achatamento dos nossos direitos", disse a vereadora durante a assembleia.
Os professores da rede particular de ensino protestam por uma recomposição salarial de 19,7%, acrescida de 5% de ganho real, além das perdas inflacionárias. De acordo com os docentes, a oferta das escolas é de 5% de reajuste para profissionais do ensino básico e 4% para os de ensino superior.
Caso a negociação não avance, a categoria pode aprovar uma greve durante a assembleia desta terça
Sindicatos discordam sobre adesão à paralisação
Na tarde dessa segunda-feira (23/5), Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro) emitiu um comunicado denunciando que escolas estavam exigindo que os professores assinassem um documento informando a participação ou não na assembleia marcada para esta terça.
"Algumas exigem, ainda, que os mesmos deverão ser entregues como "cartas de próprio punho, a fim de resguardar os professores de receberem falta". Esse é o nível de coação que estão sendo sujeitos os professores, além de muitos outros tipos de assédio moral, objetivando impedir a adesão à paralisação. Ou seja, várias escolas no desespero de tentar conter o movimento paredista, vem agindo de forma arbitrária e ilegal, efetuando a exigência de entrega de tais "cartas", comunicou através de nota.
Em contato com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG), eles informaram que apenas duas instituições filiadas confirmaram a liberação dos funcionários para participarem da assembleia, sendo o Colégio São José, do Bairro Floresta, e a Escola da Serra, do Bairro Serra.