Jornal Estado de Minas

Serra do Curral

Avançam as articulações para a criação do Parque Metropolitano

As tratativas para a criação do Parque Metropolitano da Serra do Curral estão avançando. A primeira reunião para debater a implantação, que busca unificar os parques localizados na região, foi realizada nessa segunda-feira (23/5). A proposta abrange áreas que vão de Sabará, na região metropolitana, até o Buritis, na capital, passando por Nova Lima

Participaram do encontro o secretário de Meio Ambiente de BH, Mário Werneck, o secretário-adjunto da pasta, Guilherme Pimenta, o vereador Gabriel Azevedo e o deputado estadual Doorgal Andrada - esses dois políticos autores da ideia de criação do Parque Metropolitano. Cinco pontos foram definidos. 





“O primeiro deles é o levantamento da lei do sistema nacional de unidades de conservação para identificação dos requisitos básicos e formais para que essa área seja enquadrada como unidade de conservação e, a partir disso, ela ganhe as restrições de uma área especialmente protegida”, destacou Guilherme Pimenta, que também responde pela Subsecretaria de Operações Institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

O segundo ponto, ainda segundo ele, é identificar as áreas sujeitas às desapropriações e verificar o processo para isso. Os outros são avaliar a área a ser fechada para a criação da unidade de conservação, a verificação da viabilidade de um ato normativo para unificar os parques municipais localizados na região e, então, formatar o Parque Metropolitano.

O debate para a criação da unidade de conservação chega em boa hora, afirma o secretário Mário Werneck. Uma corrida contra o tempo, tanto por parte de órgãos e autoridades públicas quanto de ambientalistas e moradores, tenta barrar a atuação da Taquaril Mineração S.A (Tamisa) na Serra do Curral. O empreendimento foi aprovado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) em 30 de abril.





“Se formos considerar que há uma ligação direta, especialmente no que se refere à Sabará, Nova Lima e BH, esse é o momento ideal para se discutir isso (a criação do Parque Metropolitano). Nada melhor do que a gente criar, nesse momento, uma grande unidade de conservação, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. É uma ideia muito boa. Quanto mais cedo tirá-la do papel, melhor será para BH”, pontuou.

O titular da pasta disse, ainda, que se nada for feito em relação às áreas verdes, em um período muito curto a metrópole terá regiões “literalmente devastadas”, como na Centro-Sul. Ele compara a situação atual aos rios metropolitanos que, Mário Werneck frisou, foram destruídos em 50 anos. 

“Tem um cactus na Serra do Curral que, em todo o mundo, só existe lá. O momento ideal para revermos posições e colocar para a população a importância dessas áreas é agora”, complementou.




Parque Linear do Belvedere

Parque Linear do Belvedere


Com a implantação do Parque Metropolitano da Serra do Curral, a luta em defesa do Parque Linear do Belvedere tende a “ficar maior”, aposta o secretário municipal Mário Werneck.

A criação da unidade de conservação na Região Centro-Sul de Belo Horizonte tem mobilizado moradores e entidades. 

“Eu achei uma ideia valorosa, porque ela é coletiva. Quem está discutindo essa questão do parque linear também tem que se juntar à ideia (do Parque Metropolitano) porque temos que fazer algo bem maior. Temos que pegar todas essas áreas e fazer um projeto amplo para que a gente possa realmente ter uma proteção muito maior e que isso se estenda às cidades vizinhas. Ainda sobre a questão metropolitana, temos que pensar  em ter um plano municipal de mudanças climáticas. A oportunidade é única. Se não for agora, não vai ser nunca”, avaliou o secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte.

Celebração do Pico Belo Horizonte

Durante a reunião, o grupo também avaliou a criação de uma data para celebrar o Pico Belo Horizonte, símbolo da capital mineira e presente na bandeira municipal. A ideia é que seja em 8 de dezembro. 





Vale lembrar que estudo feito por geólogos a pedido da prefeitura da metrópole aponta que o monumento pode cair com a mineração da Tamisa na Serra do Curral. O pico está a apenas 150 metros de uma das cavas do empreendimento.

“A definição desse dia envolve um momento de identificação da população com algo que está no dia a dia passando pela cabeça das pessoas, mas que ainda não tem um resguardo em termos de identificação e legislação. A ideia envolve a valorização do marco, ganhar um relevo que não envolve somente uma parte técnica, mas também uma questão de sociabilidade”, explicou o secretário-adjunto Guilherme Pimenta.