Erinaldo de Vasconcelos Silva, um dos autores dos disparos que matou três fiscais do Ministério do Trabalho em uma emboscada no município de Unaí, em 2004, citou o envolvimento de Antério Mânica no crime. O pistoleiro foi o primeiro a depôr no julgamento do fazendeiro na manhã desta quarta-feira (25).
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Segundo depoimento, Antério estava no carro modelo Fiat Marea de cor escura. Ele demonstrava irritação com a falta de resolução do problema com o fiscal Nelson e teria dito para "torar todo mundo", se referindo a sentença de morte. Ele ainda teria dobrado o valor da recompensa para o serviço.
Erinaldo afirma que os irmãos Mânica reclamavam que o fiscal Nelson José da Silva fazia vista grossa e não aceitava dinheiro dos fazendeiros. O combinado, inicialmente, era matar apenas Nelson.
A defesa do réu, porém, aponta inconsistências no depoimento do matador. O advogado Marcelo Leonardo chegou a questionar o motivo de Erinaldo não ter citado o fato anteriormente. Segundo a defesa, o pistoleiro teve outras três oportunidades para apresentar a informação às autoridades, mas só o fez dois anos após a morte de Chico, no julgamento que resultou em acordo de prisão em regime aberto.
Tentativa de suborno
À época da primeira prisão dos acusados, Erinaldo alega que os irmãos Mânica teriam oferecido R$300 mil para que ele e Wiliam, outro executor do crime, assumissem a autoria como um caso de latrocínio -roubo seguido de morte. Para desviar a atenção das autoridades no dia do assassinato, os autores do disparo chegaram, inclusive, a simular o roubo de pertences das vítimas.O crime de latrocínio seria a saída para livras os mandantes do crime das acusações. "Era melhor salvar alguém, porque os que estavam de fora poderiam ajudar a nos livrar", declarou Erinaldo em seu depoimento. Erinaldo disse ainda que o irmão de Antério, Norberto Mânica, chegou a procurá-lo pouco tempo depois para matar mais gente. "Era algo sobre uma terra que tinham comprado e não pagaram", revelou.