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Estado de Minas JULGAMENTO EM BH

Chacina de Unaí: pistoleiro cita envolvimento de Antério Mânica

Fazendeiro é acusado de estar presente na reunião entre os intermediários, que culminou na sentença de morte aos fiscais do trabalho


25/05/2022 13:53 - atualizado 26/05/2022 12:24
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Imagem mostra fachada do Tribunal de Justiça com segurança reforçada para julgamento de Antério Mânica
Erinaldo alega que os irmãos Mânica teriam oferecido R$300 mil para que ele assumir autoria do crime (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Erinaldo de Vasconcelos Silva, um dos autores dos disparos que matou três fiscais do Ministério do Trabalho em uma emboscada no município de Unaí, em 2004, citou o envolvimento de Antério Mânica no crime. O pistoleiro foi o primeiro a depôr no julgamento do fazendeiro na manhã desta quarta-feira (25).


Segundo ele, Antério estava presente na reunião entre os intermediários do crime, que aconteceu em um posto de gasolina, e culminou na sentença de morte aos fiscais.

Apesar de não ter tido contato direto com o ex-prefeito de Unaí, ele conta que Chico Pinheiro, acusado de ser o contratante dos pistoleiros, foi quem revelou a identidade do fazendeiro.

Segundo depoimento, Antério estava no carro modelo Fiat Marea de cor escura. Ele demonstrava irritação com a falta de resolução do problema com o fiscal Nelson e teria dito para "torar todo mundo", se referindo a sentença de morte. Ele ainda teria dobrado o valor da recompensa para o serviço.

 

Erinaldo afirma que os irmãos Mânica reclamavam que o fiscal Nelson José da Silva fazia vista grossa e não aceitava dinheiro dos fazendeiros. O combinado, inicialmente, era matar apenas Nelson.


A defesa do réu, porém, aponta inconsistências no depoimento do matador. O advogado Marcelo Leonardo chegou a questionar o motivo de Erinaldo não ter citado o fato anteriormente. Segundo a defesa, o pistoleiro teve outras três oportunidades para apresentar a informação às autoridades, mas só o fez dois anos após a morte de Chico, no julgamento que resultou em acordo de prisão em regime aberto.

Tentativa de suborno

À época da primeira prisão dos acusados, Erinaldo alega que os irmãos Mânica teriam oferecido R$300 mil para que ele e Wiliam, outro executor do crime, assumissem a autoria como um caso de latrocínio -roubo seguido de morte. Para desviar a atenção das autoridades no dia do assassinato, os autores do disparo chegaram, inclusive, a simular o roubo de pertences das vítimas.

O crime de latrocínio seria a saída para livras os mandantes do crime das acusações. "Era melhor salvar alguém, porque os que estavam de fora poderiam ajudar a nos livrar", declarou Erinaldo em seu depoimento. Erinaldo disse ainda que o irmão de Antério, Norberto Mânica, chegou a procurá-lo pouco tempo depois para  matar mais gente. "Era algo sobre uma terra que tinham comprado e não pagaram", revelou.

A Chacina de Unaí

Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na zona rural de Unaí, incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto.

Além de Antério Mânica, o irmão dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, porém, está em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na prisão.


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