A baixa adesão da vacinação contra a COVID-19 entre crianças e idosos preocupa as autoridades de saúde de Minas Gerais. Até o momento, somente 24% da população com mais de 60 anos tomou a quarta dose ou segunda dose de reforço. Já o público infantil, apenas 35,06% recebeu a segunda dose.
Segundo o secretário de estado Saúde, o médico Fábio Baccheretti, é importante que esse público se imunize, sobretudo com a chegada do inverno. “A COVID se tornou uma doença sazonal. Isso significa que haverá maior incidência do vírus durante o outono e o inverno. Ampliamos a quarta dose para pessoas com mais de 60 anos justamente para protegê-las nessas épocas do ano”, disse.
Ele afirma que o estado está oferecendo a oportunidade de os idosos tomarem a segunda dose de reforço. “A arma contra a COVID está disponível. Então não podemos deixá-la de lado”, destacou.
Em relação à vacinação pediátrica, Baccheretti explica que, mesmo que mais de 1,2 milhão de crianças, entre 5 e 11 anos, tenham recebido a primeira dose, cerca de 540 mil não compareceram ao posto de saúde para adquirir a segunda. “A imunização é somente eficaz com as duas doses. Por isso, é importante que os pais ou responsáveis levem suas crianças ao posto de saúde. Estamos acelerando a vacinação infantil, pois é um dos públicos mais acometidos por doenças respiratórias”, explicou.
Para ele, a baixa adesão está associada a diversos fatores, sobretudo às fake news. “Há disseminação de notícias falsas ligadas à vacina, mesmo que mais de 1,9 milhão de crianças tenham tomado sem ter maiores efeitos colaterais. Todos os pais que levaram os filhos para vacinar, perceberão que não houve problemas graves. Com isso, muitos acreditam que só uma dose é o suficiente, mas não é. A imunização precisa ser completa”, explicou.
Além disso, conforme Baccheretti, como à população não está acostumada a tomar duas doses de outras vacinas, em um curto período, existe um estranhamento. “Não é comum que as vacinas anuais, como a gripe, tenham duas doses. Portanto, essa nova rotina pode ter atrapalhado a adesão”, disse.
O secretário ressalta que a população não está dando mais importância para a doença, devido à redução de medidas protetivas e mortes provocada pela COVID-19. “Talvez, com o aumento de casos atuais, todos procurem os postos de saúde para receber a vacina”, ponderou.
Baixa cobertura vacinal de algumas regiões de Minas também preocupa autoridades
Dainte da baixa cobertura vacinal da terceira dose nas regiões do Norte, Nordeste, Leste e Vale do Aço de Minas Gerais, o Estado pleiteia a junto às prefeituras das cidades do interior levar a vacina contra a COVID-19 para o cotidiano da população, a fim de facilitar o acesso.
"A iniciativa visa ampliar a campanha para espaços urbanos, como rodoviárias e praças. As campanhas e ações precisam ser heterogêneas. Além de cobrar a vacinação, pensamos, junto aos municípios dessas regiões, em levar o imunizante para a rotina de todos”, disse Baccheretti.
Segundo ele, é notório que, em alguns casos, as pessoas não querem interromper suas atividades cotidianas para ir ao posto de saúde e tomar a vacina.
“A população já não dá tanta importância para a vacina. Então, precisamos insistir com as cidades mineiras e entregar o imunizante, o colocando no dia a dia de todos, como praças, rodoviárias e centros dos municípios. Assim, as pessoas tomarão a sua dose de reforço”, disse.
Vacinomêtro do Estado
Em Minas Gerais, apenas 260 cidades registram mais de 70% de cobertura da dose de reforço. "De modo geral, o estado tem 82% de cobertura da primeira dose entre maiores de 18 anos e 70% entre as crianças de cinco a 11 anos. Mas doses de reforço em adultos têm sido negligenciadas em muitas regiões”, pontuou Baccheretti. “No caso da segunda dose infantil, em média 50% dos pais estão desconsiderando a aplicação", detalhou.