A fazenda Eldorado, de 718 hectares, situada no distrito do Pontal, em Governador Valadares, Leste de Minas, foi ocupada na madrugada deste sábado (28) por cerca de 150 famílias desabrigadas pelas enchentes do Rio Doce.
O terreno já havia sido ocupado por 200 jovens e cerca de 100 famílias sem terra em 2014, quando foi reconhecida como improdutiva pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra). A ação marcava o encerramento do "II Acampamento Estadual da Juventude Sem Terra", realizado no Assentamento Oziel Alves, em Governador Valadares.
Segundo a coordenação do MST, o acampamento, batizado de "Cidona", foi esvaziado devido a ataques e ameaças "a coordenação do movimento optou por reorganizar as mesmas e fortalecer a luta, se retirando da área que hoje é retomada."
Em nota os coordenadores comunicaram que a ação de reocupação das terras "é fruto da necessidade de sobrevivência do povo brasileiro que se encontra em situação de vulnerabilidade social, causada pela falta de assistência pública e políticas voltadas para as necessidades do povo."
No dia 13 de maio o presidente do Incra, Geraldo Melo Filho, ordenou a suspensão de novas atividades técnicas de campo, como fiscalizações e vistorias. Sem dinheiro direto do governo federal, Geraldo Melo Filho afirmou no ofício que as atividades do Incra puderam continuar até então devido às emendas do relator, controladas pelo Congresso Nacional. Mas que neste ano nenhum direcionamento foi feito.
Segundo o Portal da Transparência, o orçamento para a aquisição de propriedades caiu de R$ 930 milhões em 2011 para R$ 2,4 milhões neste ano. No mesmo movimento a verba discricionária total - as quais o governo federal pode decidir como e quanto gastar, passaram de R$ 1,9 bilhão em 2011 para R$ 500 milhões em 2020.