Jornal Estado de Minas

SOLIDARIEDADE

Frio em BH: voluntários levam cobertores e alimentos às ruas da capital

Solidariedade no coração, olhar cuidadoso diante da população em situação de rua e mãos abertas para ajudar. Com esse firme propósito, em dias e noites de baixa temperatura, grupos de belo-horizontinos se unem e saem de casa com agasalhos, cobertores e alimentos para socorrer quem mais precisa. 





 

"Quando a gente sente na pele, percebe ainda mais o sofrimento das pessoas que estão na rua", diz o dentista, fotógrafo e professor de fotografia, Edson Saleme Júnior, casado, pai de um casal de gêmeos e residente no Bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

 

No dia 18 de maio, quando a capital "amanheceu gelada", ele saiu de casa às 6h, e, dentro do transporte por aplicativo, refletiu: "Se nós que temos casa estamos passando esse frio, imagina quem não tem nada".

 

Mãos à obra, Edson acessou o grupo de dentistas, seus alunos de fotografia, e pediu contribuição, via Pix, para comprar cobertores. "Às 6h40, já tinha conseguido R$ 1 mil. Aí aumentamos a meta, outros grupos aderiram, e chegamos a R$ 10 mil", explica o dentista. Com o dinheiro, foram comprados 150 cobertores, 150 agasalhos de moletom, 150 pares de meia e alimentos para fazer sopa e suco.





 

Volutárias organizam os cobertores e roupas de frio que foram compradas com o dinheiro das doações (foto: EDSON SALEME JÚNIOR/ACERVO PESSOAL)

COLETIVO

Espírita e participante do Cenáculo Espírita Thiago Maior, Edson contou com a ajuda dos frequentadores da casa, que promove o tradicional Lanche Fraterno, para preparo dos alimentos e embalagem das roupas e cobertores, na tarde deste domingo, 29. À noite, a turma fará a entrega em pontos da Região Centro-Sul da cidade.

 

"O espiritismo tem a caridade como princípio. Unimos estudo e prática", afirma Edson, destacando que a solidariedade é uma fagulha que se acende, se propaga e movimenta uma corrente de pessoas para o bem.