Jornal Estado de Minas

FESTIVAIS

Prefeitura de Itapecerica vai gastar mais de R$ 560 mil com shows

Os shows, anunciados como os principais, dos festivais de Gastronomia Rural e de Inverno de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas, vão custar mais de R$ 566 mil. O montante para pagar seis apresentações artísticas sairá diretamente dos cofres da prefeitura e uma parcela de patrocínio privado. 





Embora ainda distante do cachê de R$ 1,2 milhão de Gustavo Lima, que seria pago pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central do estado, o custo dos shows na cidade do Centro-Oeste de Minas, poderá ser maior.

Até o momento não estão disponíveis no Portal da Transparência os contratos de Gino & Geno e César & Paulinho. As duplas sertanejas estão na programação do Festival de Gastronomia, que começa em 16 de junho. 

Soma-se a eles, Marcos Paulo & Marcelo. A dupla vai receber R$ 61,7 mil para se apresentar em praça pública no município de pouco mais de 21,7 mil habitantes. 

A fatia maior é do Festival de Inverno, marcado para o final de julho. Os três shows principais vão custar R$ 504,6 mil à prefeitura. 





O cachê mais caro é o de Amado Batista (R$ 189,6 mil) que sobe ao palco no dia 31/7, seguido por Melim (R$ 135 mil), que se apresenta no em 29/7 e Elba Ramalho e Geraldo Azevedo que, juntos, vão receber R$ 180 mil. O dueto será no dia 30/7.

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, os shows do Festival de Gastronomia, realizado há 14 anos, conta também com patrocínio privado, já os do Festival de Inverno, promovido há mais de 25 anos, será totalmente custeado com dinheiro público. 

Os eventos atraem cerca de 80 mil pessoas à cidade e são responsáveis, em parte, por movimentar a economia local. “O impacto é muito grande, pois movimenta o comércio e o setor de prestação de serviços, gera emprego e renda”, informou a prefeitura.




Show contratados para o Festival de Inverno de Itapecerica (foto: Portal da Transparência)

Show contratado para o Festival de Gastronomia de Itapecerica (foto: Portal da Transparência)

Gastos com cultura

Os eventos voltam a ser realizados após dois anos parados em decorrência da pandemia da COVID-19. O investimento em cultura, no ano passado, ficou abaixo do registrado em 2019, último ano, antes da suspensão.

Itapecerica, que arrecadou R$ 58,4 milhões em receita em 2021, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG), aplicou R$ 542.018,35 na Secretaria de Cultura no ano passado, contra R$ 1.457.521,46 em 2019.

Vizinho também terá shows

A 21 quilômetros dali, está Camacho. O município de 2,8 mil habitantes também vai custear, no mesmo período do Festival de Gastronomia, shows gratuitos para a população. Serão R$ 295 mil para pagar cachês de Maria Cecília e Rodolfo (R$ 70 mil), Jéssica Rodrigues (R$ 10 mil), Humberto e Ronaldo (R$ 105 mil) e Mato Grosso e Matias (R$ 110 mil).

O prefeito Bruno Lamounier e dois empresários foram denunciados no início deste mês pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suspeita de fraudes em processos licitatórios para contratação dos eventos em 2017 e 2018. A denúncia foi registrada na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).