Jornal Estado de Minas

VACINAÇÃO

Campanha de vacinação contra gripe não atinge 50% da meta em BH

A dois dias do fim da campanha de imunização contra a gripe, Belo Horizonte não avançou na cobertura vacinal mesmo com mutirão realizado no último sábado (28/5). Balanço divulgado nesta quarta-feira (1º/6) mostra que apenas 40,9% do público-alvo recebeu a dose de proteção. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de, pelo menos, 90%.



No levantamento semanal divulgado no último dia 25, a cobertura estava em 36,8%. Vale lembrar que todas as pessoas que integram os grupos prioritários de vacinação foram convocados. A campanha começou há quase dois meses, em 4 de abril.

Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, como o número está bem abaixo do esperado, seria importante prorrogar a campanha e repensar uma forma de alcançar a maior quantidade de pessoas.

“Algumas das soluções são estender e facilitar o acesso do imunizante, pois a diminuição da cobertura vacinal é notório em todo Brasil, não só da influenza, mas também todas aquelas doenças imunossuprimidas das crianças. Isso é o reflexo do desmonte do Plano Nacional de Imunizações (PNI) e o subfinanciamento do Sistema de Saúde, que vem ocorrendo desde 2016”, afirmou.



Além disso, Unaí explica que manter o calendário de vacinação atualizado, tanto da COVID-19 quanto da gripe é muito necessário, sobretudo com a chegada do inverno.

“Durante o período frio, esses agentes infecciosos circulam mais e, pelo que parece, o outono e inverno deste ano serão mais rigorosos. Por isso, as pessoas precisam se preparar e ter uma boa imunidade para enfrentar essa época, já que, por exemplo, a nossa defesa fica fragilizada e a mucosa mais ressecada, o que facilita a transmissão de vírus respiratórios”, disse.

Conforme o infectologista, tomar o imunizante contra a gripe e COVID-19 é fundamental para que a doença não avance e provoque problemas graves. “O mesmo que ocorreu com o coronavírus pode ocorrer com a influenza, ou seja, pessoas que não se vacinaram tiveram sintomas mais graves, necessitando, algumas vezes, de internação. Então, se a pessoa recebeu o imunizante, ainda que ela seja infectada, terá um quadro gripal brando e rápido”.

A infectologista Luana Araújo ressalta que a gripe se torna mais grave para a população do grupo de risco. “Crianças, idosos, imunossuprimidos e pessoas com múltiplas comorbidades precisam ter a atenção redobrada. A vacinação reduz a chances de gripe ou evoluir para quadro grave, como pneumonia. Além disso, pode avançar para casos mais crônicos, como rinite, sinusite e otite e doenças bacterianas. Pacientes com diabete, por exemplo, pode perder controle da sua glicemia”, explica. 



Quem pode se vacinar?

O imunizante é destinado aos idosos com 60 anos e mais, trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a 4 anos completos, gestantes, puérperas, povos indígenas, professores das escolas públicas e privadas, pessoas portadoras de comorbidades e doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais e pessoas com deficiência permanente.

Além de caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros, trabalhadores portuários, profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

 

Os locais e horários de vacinação podem ser conferidos no portal da prefeitura. Após o dia 3 de junho, conforme a Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), as demais pessoas poderão se vacinar contra a influenza.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais