Nesta quinta-feira (2/6), a greve dos servidores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) completa 22 dias, na qual oito de seus campi decretaram a suspensão do calendário acadêmico. Até o momento, todos os 18 campi do IFMG estão mobilizados pela greve, contudo, oito estão sem previsão de retorno às aulas: Congonhas, Ibirité, Santa Luzia, Itabirito, Piumhi, Governador Valadares, Sabará e Ouro Branco, sendo que este último campus decidiu hoje em reunião a suspensão do calendário.
As principais solicitações dos grevistas giram em torno da falta de investimentos em educação por parte do governo federal, requerendo, portanto, a reposição salarial de 19,99% para os funcionários públicos. Além disso, pede-se a revogação da Emenda Constitucional 95 – que institui o teto de gastos –; o arquivamento da PEC 32 – que instaura a reforma administrativa –; e o investimento contínuo do Estado em educação, ciência e tecnologia.
Cortes do Governo na educação
Em 2022, o atual governo determinou um corte de R$ 3,23 bilhões do orçamento do MEC. Esse bloqueio atinge diretamente as instituições de ensino superior, como o IFMG. A justificativa governamental para essa decisão foi a de que essa medida é necessária para custear o reajuste de 5% para o funcionalismo público.
O Comando de Greve vê essa medida como uma tentativa de enfraquecer movimentos grevistas, de modo que a perda salarial dos servidores é maior que os 5% de reajuste. Essa decisão, também é vista como um modo de sucatear o ensino público, para futura privatização.
O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica Profissional e Tecnológica – Seção Sindical IFMG (SINASEFE IFMG), publicou notícia sobre a greve, na qual reafirma o compromisso de lutar pelo "fortalecimento da greve no IFMG e a mobilização permanente dos servidores e estudantes na defesa do ensino público, gratuito e de qualidade".
Organização nacional da greve
O Comando de Greve faz visita aos campi dos IFs pelo país para traçar estratégias de mobilização, de modo a conseguir mais adeptos à paralisação. Ao todo, além do IFMG, outros seis Institutos Federais estão em greve, como: IFBA; IFPE; IF Sul-RS; IFPA; IFMS; IFAL. E, na próxima semana, serão paralisadas as atividades no IFRO, no IFMA e no IFPB.
Nessa terça-feira (31/5), integrantes do Comando de Greve estiveram presentes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília-DF, em ato para pressionar o Governo Federal para a negociação das pautas.