Jornal Estado de Minas

INJÚRIA RACIAL

Em áudio, segurança que agrediu cliente em bar de Uberlândia alega racismo



O segurança que agrediu um cliente de um bar em Uberlândia disse que o homem cometeu injúria racial contra ele e havia desobedecido a vários pedidos para que não dançasse no salão do estabelecimento. Em áudio enviado a um grupo que participa, o segurança contou que o homem, de 43 anos, havia lhe dito que o respeitava, apesar dele ser preto.





O caso aconteceu no domingo (5/6), no bar Zenaide, em um shopping da cidade. No vídeo, é possível ver o momento em que o segurança vai até à mesa do homem, que desobedece a regra da casa de não dançar no local, dá um tapa em seu chapéu e depois inicia as agressões, principalmente com socos, já com a vítima caída no chão.

Em áudio, que ele confirmou à reportagem ser seu, o segurança afirma ter "paciência de Jó" e que não agrediria espontaneamente uma pessoa. "Eu tinha mandado umas 20 vezes ele se sentar e ele fazendo gracinha, isso são ossos do ofício. Mas da última vez, ele levantou e virou para mim e falou assim: 'Ou, apesar de você ser preto, eu te respeito'".

No áudio, ele conta ainda que perguntou o que o homem havia dito e que ele teria repetido. "Eu saí de perto dele na hora e fui para a portaria. Quando olhei para trás, ele estava lá no palco dançando de novo. Eu não tô certo de ter agredido o cara, eu tô totalmente errado, mas racismo numa época dessa é complicado", diz.

O advogado que representa o segurança, Luiz Fellipy de Dutra e Sousa, contou que serão levantadas provas para comprovar a injúria racial e que o caso será levado à Polícia Civil para uma investigação.

Uma notícia-crime será formalizada contra o cliente do bar nos próximos dias.