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Estado de Minas Para amenizar problemas

Plano para proteger áreas de encostas prevê 200 obras em BH

Mais de R$ 115 milhões devem ser gastos até a finalização das obras, em 2023. Meta da prefeitura é não ter mortes por deslizamentos de encostas na cidade


08/06/2022 11:46 - atualizado 08/06/2022 13:18

Coletiva para a imprensa na sede da Prefeitura de Belo Horizonte com a presença do prefeito Fuad Noman e da presidente da Câmara Municipal de BH, vereadora Nely Aquino
Coletiva na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (08/6), teve a participação do prefeito Fuad Noman, da presidente da Câmara Municipal, vereadora Nely Aquino, e representantes de secretarias da PBH (foto: Jair Amaral)
Um plano para mitigar risco de deslizamento de encostas em Belo Horizonte com 200 obras previstas até 2023 foi apresentado nesta quarta-feira (8) na prefeitura da capital. A criação do Programa de Gestão do Risco Geológico-Geotécnico acontece após recordes históricos de remoção de famílias após as chuvas entre 2019 e 2020.

Até o período chuvoso de 2022, a expectativa é de que 70 das obras sejam finalizadas. O aporte reservado pela prefeitura para a finalização do programa completo é de mais de R$ 115 milhões. 

"É na seca que se combate os efeitos da chuva. O Brasil está vivendo nesse momento, graves crises com área de encostas. Vimos Petrópolis, é lamentável a situação de Recife. E quando você olha, é exatamente a encosta que desce e leva casa, bens, leva pessoas. O número de mortes é extremamente em alto", disse o prefeito Fuad Noman (PSD), relembrando casos recentes de desastres com desabamentos no país. 

Em Belo Horizonte, o histórico recente não mostra um cenário diferente. Nas chuvas de 2020, mais de mil famílias foram removidas de suas residências por risco geológico. De acordo com o subecretário de Obras e Infraestrutura, Leandro César Pereira, a média histórica é  de 30 remoções por ano. Atualmente, 880 famílias seguem fora de casa por riscos na estrutura do imóvel.

Cenário de risco é mais amplo

Na apresentação do plano de obras, o prefeito Fuad Noman explicou que as 200 obras previstas vão atender 245 mil famílias que vivem em situação de perigo na capital. No entanto, a área que exige atenção para risco geológico na cidade é cerca de 4 vezes maior do que o contemplado no Programa de Gestão do Risco Geológico-Geotécnico.

De acordo com o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Vinicius Pereira, há cerca de 800 áreas de risco na capital e é preciso captar recursos para ampliar o programa de obras.
 

Ainda segundo o diretor-presidente da Urbel, um dos objetivos das 200 obras previstas no projeto anunciado é criar ambientes seguros para que os moradores que tiveram de ser retirados de seus imóveis possam voltar ao local onde viviam. No entanto, menos da metade das 880  famílias deve conseguir realizar esse retorno, já que há regiões em que o risco não permite a realização de intervenções.

Metas e intervenções

“A nossa meta é ter zero perdas de vida em BH com uma ação que antecede esses desastres”, afirma o coronel Waldir Figueiredo Vieira, Subsecretário de Proteção e Defesa Civil de BH. A capital registrou 12 mortes durante o período chuvoso entre 2019 e 2020.

As obras para evitar deslizamentos tem como função principal conter as encostas, por isso exigem estruturas como muros de contenção e intervenções para estabilização do terreno. Além disso, o plano prevê medidas para oferecer o serviço de saneamento para os moradores.

“Um padrão é um muro no pé da encosta, com um retaludamento, inclinar o barranco e impermeabilizá-lo. Essa é uma intervenção tipo padrão. Junto a isso também reestrutura o esgoto, porque grande parte dos acidentes ocorrem quando não há esgoto  e as famílias fazem fossas na encosta. A infiltração acontece e decorre o processo de escorregamento. O risco urbano está muito ligado à falta de infraestrutura”, explicou Claudius Vinicius Pereira.
 

Plano anunciado no Twitter

O anúncio de que a capital mineira teria um programa de Gestão do Risco Geológico-Geotécnico foi feito pelo prefeito Fuad Noman em sua conta no Twitter, no último dia 1º.
 
Já na posse como chefe do Executivo municipal, em março deste ano, Fuad Noman chegou a comentar sobre a necessidade de avaliação das encostas na cidade.


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