Um professor de 53 anos foi preso preventivamente acusado de abusar de alunas de uma escola estadual em São Francisco, no Norte de Minas. A prisão, ocorrida nessa quarta-feira (8/6), foi determinada pela Justiça depois de representação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O suspeito foi encaminhado para o presídio regional de Montes Claros, cidade-polo da região, distante 150 quilômetros de São Francisco.
O MPMG alega que o suspeito teria um histórico de abusos sexuais de “mais uma década, durante sua carreira como professor”. A acusação, porém, é negada pela defesa do acusado.
A reportagem apurou junto a moradores de São Francisco, de 56,6 mil habitantes, que o caso provocou surpresa na cidade. O professor detido é casado e considerado uma pessoa tranquila e bem vista no município.
Procurada, nesta quinta-feira (9/6), a Polícia Civil de São Francisco informou que, com a Polícia Militar, apenas atuou no cumprimento do mandado de prisão, expedido pela Justiça, e argumentou que a investigação foi feita pelo Ministério Público Estadual.
Por meio de nota, o MPMG informou que um dos supostos abusos praticados pelo suspeito teria sido cometido no último sábado (4/6), contra uma menina de 12 anos, “fato que teria sido presenciado por outras duas menores”.
“O MPMG apurou que, após a notícia do acontecido ter se espalhado na comunidade local, surgiram outras denúncias de assédio pelo mesmo professor em relação a outras alunas, todas menores de 14 anos”, diz a nota.
O órgão informa que instaurou Procedimento Investigatório Criminal, por meio do qual foram ouvidas menores, mães e pais e testemunhas supostas vítimas.
“Há histórico de abusos sexuais por parte do requerido, a evidenciar que várias mulheres possivelmente foram vítimas de importunação sexual ou estupro de vulnerável por parte do representado, por mais de uma década, durante sua carreira como professor”, aponta o MP.
A nota lembra ainda que, de acordo com a decisão judicial, “a prisão preventiva deve ser decretada para a garantia da ordem pública, com o fim de impedir que o representado, mantido em meio livre, possa voltar a delinquir".
Advogado de defesa nega acusações
O advogado de defesa do professor, Warlem Freire Barbosa, rebate as acusações do Ministério Público contra seu cliente. "Essas afirmações do MP não condizem com o que está nos autos e foi disponibilizado à defesa. Uma pessoa maior, relata um fato ocorrido no ano de 2004. Mas nada foi apurado sobre isso”, assegura Barbosa.
“O que há nos autos é o relato de um suposto fato ocorrido no dia 4 de junho e suspeita de que outro fato tenha ocorrido. Não há nada nos autos, pelo menos na parte que foi disponibilizada à defesa que possa sustentar a afirmação de que haja uma década de abusos”, sustenta o advogado.
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