Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Teste rápido de COVID: drogaria de BH registra alta de 362% em um mês

 
Mais de um mês após liberar o uso de máscaras em locais fechados, Belo Horizonte e as cidades da região metropolitana já vivem preocupante aumento do número de testes positivos para o coronavírus nos laboratórios particulares.



Enquanto o Hermes Pardini registrou alta de 112% na procura por testes no mês passado em comparação com abril, a Drogaria Araújo teve elevação de 362% na busca por exames no comparativo da última semana de abril com o mesmo período de maio. 
 
 
Além da alta confirmação de novas infecções desde o fim da obrigatoriedade de máscaras, a procura por exames se tornou mais intensa. No Hermes Pardini, os casos positivos cresceram 20,7% entre abril e maio. Já a Drogaria Araújo registrou impressionante crescimento de 1000% em contaminações.

Os centros de testagem da prefeitura de Belo Horizonte também já haviam mais que dobrado o número de testes até maio, com taxa de positividade de 12,9%. 





“Os resultados positivos nos exames de COVID e os casos de síndrome respiratória aguda grave nas unidades de saúde tiveram aumento preocupante. Nosso objetivo é dialogar com a sociedade, com dados divulgados com transparência, e mostrar que a pandemia não acabou. Por isso, cuidados devem ser mantidos”, alerta o infectologista e professor da UFMG, Unaí Tupinambás. 

Ex-integrante do comitê de enfrentamento ao coronavírus em BH, ele participou na semana passada da fundação de um novo grupo popular para acompanhar a evolução da doença na capital. Também participam da iniciativa os também médicos Carlos Starling, Estevão Urbano e Dirceu Greco. 

O objetivo é conscientizar a população de que a doença pode trazer consequências graves e também cobrar da prefeitura o retorno dos boletins diários sobre a doença. A PBH dissolveu seu comitê depois que Alexandre Kalil (PSD) deixou o posto de chefe executivo do município. 





Dirceu Greco se mostra apreensivo com o percentual de vacinação ainda insatisfatório na capital. “O que está sendo mostrado é que vários estados e outros países estão vivendo aumento preocupante de casos. É um momento de voltar a precaução acerca dos cuidados. Há uma boa parte da população rodando por aí e que ainda não tomou nem a segunda dose. Então, quem não tomou a segunda, que faça isso. E quem não foi vacinado com a dose de reforço, que vá a um posto de saúde o mais rápido possível”, diz.

Segundo dados da PBH, 12% da população ainda sequer tomou a segunda imunização contra a doença – nesse caso, exclui-se aqueles que tomaram o imunizante da Janssen, com dose única.
 
Além disso, 35,1% não procuraram pela dose de reforço, já liberada para todas as faixas etárias acima de 18 anos.  
 

Máscaras 


Além da vacinação, Dirceu Greco considera que não há sentido em liberar a máscara em locais fechados, justamente aqueles em que o risco de contágio da doença se torna maior.
 
“Mesmo que seja pecar por excesso de zelo, é importante que as pessoas se cuidem em locais onde há grande concentrações. Ainda vivemos uma fase de mortes. Praticamente, todos os dias caem um boing no Brasil e mata 100 ou 200 pessoas. A COVID não terminou e é preciso cuidado nos próximos dias”.