A técnica em segurança do trabalho, Jéssica Neuvo da Silva, de 41 anos, foi alvo de injúria racial em um grupo no Facebook. Moradora de Poços de Caldas, no Sul de Minas, ela registrou boletim de ocorrência para o caso, que aconteceu na última terça-feira (07/06).
Jéssica conta que o grupo tem bastante repercussão na cidade. "É um espaço de acesso político, denúncias e ajuda para moradores", comenta. No dia, ela conta ter feito um comentário em uma postagem, que falava sobre perfil fake nas redes sociais, quando a mulher começou a ofendê-la.
"Ela me chamou de feia, burra. Ficou uma discussão e eu não estava levando nada para o lado pessoal. Até que ela passou a fazer ofensas racistas", revela.
A mulher entrou no perfil de Jéssica e expôs suas fotos nos comentários da postagem. "Ela pegou uma foto minha em que eu estava com o cabelo trançado, que é da minha cultura, e fez um comentário bem racista", disse.
"Quem sabe um creminho bom no cabelo que te odeia", escreveu a mulher nos comentários da postagem. Na mesma hora, Jéssica fez a captura de tela das ofensas, que foram incluídas no boletim de ocorrência.
Segundo o advogado de Jéssica, Gilberto Silva, especialista em crimes contra honra, a mulher já foi identificada e é moradora do município de Abaeté, no Centro-Oeste mineiro. "Não se trata de perfil fake. Pelo relato de outros internautas parece que essa pessoa já teve alguns atritos em relação a injuriar outras pessoas também", revela.
Para ele, por mais que exista uma sensação de impunidade na internet, é necessário ressaltar que com o crime comprovado, o sistema jurídico oferece meios para identificação do autor. "Hoje, a legislação equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, o que é o começo de uma grande vitória para o povo preto", afirma.
Membro do Coletivo Negro de Poços de Caldas (Conep), Jéssica avalia que a situação expõe o longo caminho de combate ao racismo. "Depois de tanto tempo de militância, de fala, de escrita, nós ainda temos muito o que caminhar. Além da dor, é uma sensação de cansaço", afirma.
Ela também reforça a importância de denunciar esse tipo de crime. "Confesso que eu fiquei um pouco paralisada, não sabia como reagir. Sou mãe, tenho duas filhas. Pensei: 'não posso me calar'. É um passo importante pelo quanto que a gente sofreu lá atrás para que tivéssemos uma lei que nos amparasse hoje", declara.
"Infelizmente, hoje as pessoas só veem racismo quando há morte. Ai sim que as pessoas acabam se mobilizando. Elas esquecem que racismo não vem só da agressão física, tudo começa na palavra", enfatiza Jéssica.
Para o advogado Gilberto, a denúncia é um grande passo para acabar com o falso sentimento de anonimato e impunidade desse tipo de ato. "Essas pesssoas não irão deixar de ser racistas, mas, certamente com as punições, elas deixaram de externar publicamente esse racismo impregnado dentro delas", afirma.
Jéssica conta que o grupo tem bastante repercussão na cidade. "É um espaço de acesso político, denúncias e ajuda para moradores", comenta. No dia, ela conta ter feito um comentário em uma postagem, que falava sobre perfil fake nas redes sociais, quando a mulher começou a ofendê-la.
"Ela me chamou de feia, burra. Ficou uma discussão e eu não estava levando nada para o lado pessoal. Até que ela passou a fazer ofensas racistas", revela.
A mulher entrou no perfil de Jéssica e expôs suas fotos nos comentários da postagem. "Ela pegou uma foto minha em que eu estava com o cabelo trançado, que é da minha cultura, e fez um comentário bem racista", disse.
"Quem sabe um creminho bom no cabelo que te odeia", escreveu a mulher nos comentários da postagem. Na mesma hora, Jéssica fez a captura de tela das ofensas, que foram incluídas no boletim de ocorrência.
Segundo o advogado de Jéssica, Gilberto Silva, especialista em crimes contra honra, a mulher já foi identificada e é moradora do município de Abaeté, no Centro-Oeste mineiro. "Não se trata de perfil fake. Pelo relato de outros internautas parece que essa pessoa já teve alguns atritos em relação a injuriar outras pessoas também", revela.
Para ele, por mais que exista uma sensação de impunidade na internet, é necessário ressaltar que com o crime comprovado, o sistema jurídico oferece meios para identificação do autor. "Hoje, a legislação equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, o que é o começo de uma grande vitória para o povo preto", afirma.
Racismo
Membro do Coletivo Negro de Poços de Caldas (Conep), Jéssica avalia que a situação expõe o longo caminho de combate ao racismo. "Depois de tanto tempo de militância, de fala, de escrita, nós ainda temos muito o que caminhar. Além da dor, é uma sensação de cansaço", afirma.
Ela também reforça a importância de denunciar esse tipo de crime. "Confesso que eu fiquei um pouco paralisada, não sabia como reagir. Sou mãe, tenho duas filhas. Pensei: 'não posso me calar'. É um passo importante pelo quanto que a gente sofreu lá atrás para que tivéssemos uma lei que nos amparasse hoje", declara.
"Infelizmente, hoje as pessoas só veem racismo quando há morte. Ai sim que as pessoas acabam se mobilizando. Elas esquecem que racismo não vem só da agressão física, tudo começa na palavra", enfatiza Jéssica.
Para o advogado Gilberto, a denúncia é um grande passo para acabar com o falso sentimento de anonimato e impunidade desse tipo de ato. "Essas pesssoas não irão deixar de ser racistas, mas, certamente com as punições, elas deixaram de externar publicamente esse racismo impregnado dentro delas", afirma.