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Estado de Minas OURO PRETO

Indenização para Saneouro deixar Ouro Preto ultrapassa R$ 150 milhões

Prefeitura afirma que contrato feito com a empresa foi muito bem amarrado e trabalha para a anulação da licitação ou pagamento de indenização


15/06/2022 19:27 - atualizado 15/06/2022 20:23

Saneamento básico
Após a possível saída da Saneouro, a gestão municipal deverá trabalhar na criação de um planejamento para cumprimento do Plano Municipal de Saneamento Básico em Ouro Preto (foto: Divulgação/arquivo pessoal)
Após críticas de moradores, por conta da demora em remunicipalizar o serviço de água e esgoto em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais - que hoje está sob a direção do quarto maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul-, a prefeitura de Ouro Preto afirma que a promessa de campanha será cumprida e trabalha em duas frentes em busca da solução.

De acordo com a prefeitura, a primeira é uma Ação Popular que está discutindo a validade do contrato que visa a nulidade da licitação com a Saneouro. A outra alternativa para a remunicipalização dos serviços exige um pagamento de indenização de forma antecipada.

Indenização


A indenização está prevista na cláusula 43 do contrato com a empresa Saneouro, que começou a operar na cidade em janeiro de 2020, e estabelece todos os deveres de indenização.

Segundo a prefeitura, o montante supera os valores de R$ 150 milhões. Só de  investimentos e custos de operação, a Saneouro já aplicou R$ 89 milhões.

Segundo o prefeito Angelo Oswaldo (PV), em campanha, não tinha como ter o conhecimento de todo o processo licitatório, apenas o que estava público por meio do portal da transparência. Após o início da gestão, foram nomeadas comissões para analisar todo o processo e verificar possibilidades para anular o certame.

“Ao entrar na prefeitura, eu não sabia que havia uma situação tão bem amarrada a favor da empresa e por isso não dá para retirar a empresa imediatamente”, explicou.

O prefeito contou ainda que, após a encampação - tomada de posse, pela administração pública, de uma empresa privada mediante compensação –, a gestão municipal deverá trabalhar na criação de um planejamento para cumprimento do Plano Municipal de Saneamento Básico, bem como cumprir os prazos estabelecidos no Marco Civil do Saneamento.

“Estamos vendo a possiblidade de receber um recurso volumoso da Fundação Renova por meio de uma determinação do juiz da 12ª Vara Federal para o saneamento básico, e o município assim terá meios para isso. E temos também uma série de questões para serem apresentadas na justiça e atender aos interesses do município”, disse.

Moradores


Uma das entidades populares que vem criticando a demora na remunipalização é a Federação das Associações de Moradores de Ouro Preto (Famop), que soltou uma nota questionando as duas gestões municipais.
 
Segundo o presidente da Famop, Luiz Carlos Teixeira, a gestão anterior sucateou a empresa e fez um processo de privatização do serviço sem ouvir a opinião da população.

Ainda segundo Teixeira, a atual gestão municipal prometeu em campanha que tiraria a empresa sul-coreana no primeiro dia de mandato.
 
Angelo Oswaldo considera que o mandato dele ainda está em vigor e a promessa de restabelecer o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) ainda é um compromisso: “não será como um passe de mágica, mas estamos buscando soluções”.


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