A estátua da escritora mineira Henriqueta Lisboa, na Savassi, foi alvo de vandalismo nesta sexta-feira (17/6). Ela teve os braços, que seguravam um livro, arrancados e os olhos tingidos de vermelho.
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Estátua de Drummond em BH está sem mão há mais de 2 anosConheça a vida das irmãs Henriqueta e Alaíde LisboaSecretaria de Cultura localiza homem que derrubou estátua de Murilo RubiãoMoradores da Savassi afirmam que quarteirões fechados são subutilizadosDez anos depois, Savassi pede nova revitalizaçãoColetivos realizam ato contra vandalismo em estátua de Henriqueta LisboaA escultura foi produzida em 2003, toda feita de bronze, num trabalho que demorou cerca de quatro meses.
O artista Leo Santana, responsável pela confecção da obra de arte, lamentou o ato de vandalismo: “É uma repetição de outras depredações. Não entendo, procuro explicações, mas não entendo o motivo. Não sei se é vandalismo ou se é atitude de rebeldia. Não sei qual a razão. Podem ser todas as razões, mas eu fico muito triste com qualquer uma delas. É muito ruim passar por isso”, disse.
Santana lembra que a obra ajudava a incentivar o hábito da leitura em BH. “Ela segurava um livro e, assim, outras pessoas passaram a colocar outros livros para serem doados. Outras chegavam, devolviam e pegavam outros para ler. Era algo bem gostoso. Mas cortaram isso, infelizmente”.
O artista se dispôs a restaurar a escultura, mas diz que a obra depende de uma avaliação prévia para saber o tamanho do dano ao patrimônio cultural da capital mineira.
"Primeiro é preciso ver se eles recuperam as mãos e os livros. Seria algo mais fácil. Agora, para refazer o que foi destruído, já é algo mais difícil. Lembro como foi feito, tenho as fotos e os registros. Mas é algo que não depende de mim. A prefeitura é proprietária do monumento. Fico à disposição deles para qualquer coisa. Estou às ordens”, afirmou.
Outras depredações
Henriqueta Lisboa não foi a primeira escultura depredada em Belo Horizonte. O monumento que homenageia Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), no Centro, teve a mão direita retirada, em 2019. Outra estátua danificada foi a do jornalista e escritor Murilo Rubião (1916-1991), que fica em frente a Biblioteca Pública Estadual, na Praça da Liberdade.