Análises feitas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) descartaram suspeitas de um caso de monkeypox, conhecida como varíola dos macacos, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) havia divulgado que o caso estava em investigação na noite de quarta-feira (15).
Ouro Preto se junta a Belo Horizonte, Uberlândia e Ituiutaba com casos descartados após análises laboratoriais. Até o momento não existem confirmações em Minas.
Nenhuma das pessoas examinadas no estado tinha histórico recente de viagem ao exterior. O paciente de Ouro Preto esteve em São Paulo antes de apresentar sintomas.
Após o aparecimento de erupções cutâneas cobrindo a maior parte do corpo, com formação de bolhas e febre, o homem, que é estudante, foi atendido no Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto e posteriormente transferido para o Hospital Referência Eduardo Menezes, em Belo Horizonte, na terça-feira (14/6).
O Estado de Minas conversou com o Secretário de Saúde de Ouro Preto, Leandro Moreira, que descartou a varíola dos macacos no município.
"Saiu agora à tarde o resultado oficial da amostra que foi enviada à Funed de um possível caso de 'varíola dos macacos' aqui em Ouro Preto. Deu negativo. O paciente permanece estável e em tratamento no Hospital Eduardo Menezes. A secretaria de saúde continuará acompanhando o caso até a sua alta".
Monkeypox (varíola dos macacos)
Segundo o Instituto Butantan, a Monkeypox (varíola dos macacos) é "uma zoonose silvestre" - ou seja, um vírus que contamina macacos e pode, incidentalmente, acometer humanos.
A infecção ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus da varíola dos macacos, pertencente à família dos ortopoxvírus.
Existem dois tipos de vírus: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).
Embora a varíola na África Ocidental às vezes gravidade a alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (não exige tratamento).
A taxa de mortalidade para o vírus da África Ocidental é de 1% para não imunizados, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças também estão em maior risco, e a varíola na gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê.
Atualmente, a OMS trabalha com especialistas para a adoção de um novo nome para a Monkeypox, já que o termo “varíola dos macacos” é considerado discriminatório e estigmatizante.
Sintomas
Os sintomas iniciais da ‘varíola dos macacos’ são:
- febre
- dor de cabeça
- dores musculares
- dor nas costas
- gânglios (linfonodos) inchados
- calafrios
- exaustão
Além disso, a doença pode causar lesões na pele que se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais.
As lesões na pele são similares às da catapora ou da sífilis. Há ainda formação de crostas, que, com o passar do tempo, acabam caindo.
Contágio
De acordo com o Butantan, a fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS.
No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelas lesões na pele, além de materiais como roupas e lençóis.
O período de incubação é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso, pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por três semanas.
Vacina
Pensando em tratamentos, o Butantan informa que a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a varíola dos macacos.
Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados em 2019 e 2022, as contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis.
No mundo, populações com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, pois as campanhas foram descontinuadas.
No Reino Unido, a imunização contra varíola está sendo oferecida a pessoas de maior risco e com comorbidades.