Jornal Estado de Minas

NAUFRÁGIO

Duas pessoas morrem em acidente com barco no lago de Furnas, em Capitólio

A Prefeitura de Capitólio confirmou a morte de duas pessoas em um acidente no início da noite desse sábado (18/06), no Lago de Furnas, região conhecida como Cachoeirinha, em Capitólio, na Região Sudoeste do estado.



Lucas Arantes, da Secretaria de Turismo e Cultura de Capitólio, confirmou a ocorrência e contou que a prefeitura está reunindo informações sobre o acidente. Um pronunciamento oficial deve ser feito ao longo deste domingo (19/06).

Em nota, a Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG) se solidarizou com os amigos e familiares das duas vítimas fatais do acidente.


Segundo a associação, uma lancha com 14 passageiros a bordo teve problemas mecânicos e pediu apoio de outra embarcação nas proximidades para resgatar os passageiros. 

 

Polícia Civil e a Marinha abriram investigações para apurar as circunstâncias do acidente. 








Uma chalana com 10 passageiros foi ao encontro da lancha e, no momento do transbordo dos passageiros, a embarcação não suportou o peso e virou. Duas pessoas  debaixo do barco não conseguiram sair e se afogaram.

De acordo com a nota, os outros passageiros sofreram escoriações leves.


Em nota, a Marinha do Brasil informou que vai investigar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente, além de notificar os proprietários e condutores das duas embarcações que se envolveram no ocorrido para que prestem esclarecimentos e “providenciem a reflutuação da embarcação”. 

OUTRO ACIDENTE

Polícia Civil concluiu investigações da tragédia em Capitólio, em janeiro, e aponta que foi 'evento natural' (foto: Reprodução)


Este é o segundo acidente envolvendo embarcações no Lago de Furnas desde a tragédia em 8 de janeiro, quando um deslizamento de rochas atingiu quatro lanchas, matou 10 pessoas e deixou 31 hospitalizadas.





 

 

 

Desde então, o setor de turismo do local vem sofrendo com prejuízos causados pela tragédia

 

Capitólio é conhecida como “a cidade rainha dos lagos” e começou a aproveitar as águas da Usina Hidrelétrica de Furnas, que formam belas paisagens com cânions, cachoeiras, e ainda opções de pesca, esportes aquáticos e ecoturismo, há cerca de 10 anos. 

 

Com ampla divulgação, principalmente nas redes sociais, o local passou a ser cada vez mais visado pelos turistas. Desde o acidente, o cenário mudou e a cidade, que vivia cheia, passou a ser cada vez menos visitada.





 

- Leia: Parque Mirante dos Canyons reabre após tragédia em Capitólio 

 

A investigação da Polícia Civil, concluída em março, apontou que a tragédia foi resultado de um “evento natural”. Não foi identificada uma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha. 

 

A PC também afirmou que outras rochas podem cair a qualquer momento e justificou que estudos de mapeamento do movimento de massa devem ser feitos diariamente para acompanhar o local. 

 

Pensando nisso, a Polícia Civil elaborou uma lista de sugestões, encaminhada aos órgãos e instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região. Veja:

 

1. Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ou outros profissionais especializados no ramo, e sua demarcação em campo e em planta;

2. Redução no número de embarcações nos cânions, as quais deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;

3. Implementação do selo de identificação nas embarcações;

4. Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/cadastro deverá ser armazenado/disponibilizado nos respectivos píeres;

5. Uso obrigatório de colete salva vidas (em toda represa) e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;

6. Maior integração entre os órgãos/instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;

7. Proibição de passeios turísticos quando há comunicação de advertência pela Defesa Civil;

8. Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;

9. Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;

10. Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança.