A Prefeitura de Capitólio confirmou a morte de duas pessoas em um acidente no início da noite desse sábado (18/06), no Lago de Furnas, região conhecida como Cachoeirinha, em Capitólio, na Região Sudoeste do estado.
Em nota, a Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG) se solidarizou com os amigos e familiares das duas vítimas fatais do acidente.
Segundo a associação, uma lancha com 14 passageiros a bordo teve problemas mecânicos e pediu apoio de outra embarcação nas proximidades para resgatar os passageiros.
A Polícia Civil e a Marinha abriram investigações para apurar as circunstâncias do acidente.
Uma chalana com 10 passageiros foi ao encontro da lancha e, no momento do transbordo dos passageiros, a embarcação não suportou o peso e virou. Duas pessoas debaixo do barco não conseguiram sair e se afogaram.
De acordo com a nota, os outros passageiros sofreram escoriações leves.
Em nota, a Marinha do Brasil informou que vai investigar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente, além de notificar os proprietários e condutores das duas embarcações que se envolveram no ocorrido para que prestem esclarecimentos e “providenciem a reflutuação da embarcação”.
OUTRO ACIDENTE
Este é o segundo acidente envolvendo embarcações no Lago de Furnas desde a tragédia em 8 de janeiro, quando um deslizamento de rochas atingiu quatro lanchas, matou 10 pessoas e deixou 31 hospitalizadas.
Desde então, o setor de turismo do local vem sofrendo com prejuízos causados pela tragédia.
Capitólio é conhecida como “a cidade rainha dos lagos” e começou a aproveitar as águas da Usina Hidrelétrica de Furnas, que formam belas paisagens com cânions, cachoeiras, e ainda opções de pesca, esportes aquáticos e ecoturismo, há cerca de 10 anos.
Com ampla divulgação, principalmente nas redes sociais, o local passou a ser cada vez mais visado pelos turistas. Desde o acidente, o cenário mudou e a cidade, que vivia cheia, passou a ser cada vez menos visitada.
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A investigação da Polícia Civil, concluída em março, apontou que a tragédia foi resultado de um “evento natural”. Não foi identificada uma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha.
A PC também afirmou que outras rochas podem cair a qualquer momento e justificou que estudos de mapeamento do movimento de massa devem ser feitos diariamente para acompanhar o local.
Pensando nisso, a Polícia Civil elaborou uma lista de sugestões, encaminhada aos órgãos e instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região. Veja:
1. Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ou outros profissionais especializados no ramo, e sua demarcação em campo e em planta;
2. Redução no número de embarcações nos cânions, as quais deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;
3. Implementação do selo de identificação nas embarcações;
4. Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/cadastro deverá ser armazenado/disponibilizado nos respectivos píeres;
5. Uso obrigatório de colete salva vidas (em toda represa) e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;
6. Maior integração entre os órgãos/instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;
7. Proibição de passeios turísticos quando há comunicação de advertência pela Defesa Civil;
8. Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;
9. Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;
10. Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança.