A Santa Casa de Belo Horizonte vem passando por um desabastecimento de insumos médicos-hospitalares em seus estoques desde maio deste ano. A situação mais grave é a falta de contraste iodado, substância utilizada em tomografias, cateterismos e angioplastias, devido à paralisação do principal produtor, na China.
Leia Mais
Hospital da Baleia em BH tem falta de insumos básicosProdução de vacinas contra o coronavírus parou por falta de insumosHospitais privados de Minas e outros estados vivem escassez de insumosPor que dipirona injetável está em falta em Minas Gerais?Hospitais particulares sofrem com falta de medicamentos e adiam cirurgiasPor conta disso, a Santa Casa está tentando racionalizar os insumos, sem prejudicar o atendimento médico aos pacientes.
“Como nosso consumo é muito alto, temos tentado realizar empréstimos com outros hospitais. No caso dos antibióticos e analgésicos, substituímos por medicamentos que temos em nosso estoque, avaliando caso a caso para que os tratamentos não sejam impactados. Também acionamos o poder público, na tentativa de buscar um suporte nesse momento”, pontuou Priscila Bonisson, superintendente de Suporte à Saúde da Santa Casa de BH.
'Desabastecimento mais agudo'
O superintendente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas) enfatizou que o desabastecimento "tem se tornado mais agudo neste mês".
"A situação gera um impacto direto na assistência aos pacientes, podendo haver a impossibilidade de realização de procedimentos. A outra repercussão extremamente grave é o sobrepreço, tendo em vista o histórico de subfinanciamento das instituições filantrópicas e a ausência da compensação de valores para fazer frente ao aumento desenfreado. A questão do sobrepreço é muito séria, pois nossos hospitais destinam 75% dos atendimentos ao SUS, e não existe recurso financeiro adicional", disse.
"O contraste tem apresentado uma falta a nível mundial, já o soro, outro item que tem tido uma quebra de fornecimento, se dá pela falta de polímero para a confecção das embalagens", completou.
Outros hospitais
A falta de insumos hospitalares tem impactado outros hospitais de Minas Gerais. Nos Centros de Saúde de Belo Horizonte, o abastecimento de medicamentos e insumos está em 95,2%.
O Hospital da Baleia informou ontem (22/6) que está com fornecimento restrito de soro fisiológico, contraste e sorbitol. Segundo Cynthia Lloyd, assessora da Superintendência Técnica do Hospital da Baleia, o problema está ligado à falta de oferta por parte dos fornecedores.
Não é o caso de outras instituições. A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que não há desabastecimento de medicamentos e insumos em suas unidades assistenciais. A entidade representa diversos hospitais, entre eles o Hospital João XXIII, Hospital Infantil João Paulo II, Hospital Maria Amélia Lins e o Hospital Alberto Cavalcanti.
O Hospital das Clínicas, da UFMG, também relatou que “não registra nenhum impacto na assistência aos pacientes por falta de insumos”.
* Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata