A Arquidiocese de Mariana, em Minas Gerais, informou, nesta quinta-feira (23/6), que a Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos será beatificada no próximo dia 10 de dezembro em Barbacena.
O O Papa Francisco já havia autorizado, em outubro de 2020, o decreto de “martírio” para a brasileira, assassinada aos 20 anos quando tentava escapar de uma tentativa de estupro.
Apesar do aval do Papa, a pandemia impediu que o evento acontecesse mais rapidamente.
Isabel nasceu em 1962, no município de Barbacena, e aos 20 anos se mudou para a cidade de Juiz de Fora, juntamente com seu irmão, para fazer um curso de pré-vestibular visando o ingresso no curso de medicina.
No dia 1º de setembro de 1982, um homem que foi montar um guarda-roupas em seu apartamento tentou violentá-la.
A moça resistiu e então foi espancada com uma cadeira, amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas.
Como ainda ofereceu resistência, a jovem acabou assassinada com 15 facadas pelo agressor.
A Arquidiocese de Mariana recebeu comunicado oficial vindo do Dr. Paolo Vilotta, Postulador da Causa de Beatificação de Isabel. Confira trecho da carta:
“…O Sumo Pontífice concedeu que o Rito da Beatificação da Venerável Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos aconteça no dia 10 de dezembro de 2022 na cidade de Barbacena (Brasil). O representante do Sumo Pontífice será o eminentíssimo Sr. Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério da Causa dos Santos.”
Processo de beatificação
O processo de beatificação de Isabel foi instalado em 2001, em Barbacena, por um grupo de pessoas.
Na ocasião, a jovem recebeu o título de “serva de Deus”.
Este processo durou oito anos e ouviu quase 60 pessoas, buscando o atestado da religiosidade da moça, que desde a adolescência, fez parte da Associação de Voluntários da “Conferência de São Vicente”, prestando ajuda às pessoas com deficiência e aos mais carentes.
Até hoje seu túmulo, que fica na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, é visitado por fiéis de todo o Brasil, para agradecer e fazer pedidos de orações.
Como o caso de Isabel é reconhecido como “martírio”, não é necessário que um milagre seja reconhecido para a aprovação de sua beatificação.