Quem foi aos pontos de vacinação contra a COVID nas últimas semanas pode ter sido informado de que o imunizante ofertado era uma dose da AstraZeneca com prazo de validade estendido. A situação gerou dúvidas sobre a segurança e a eficiência da vacina, mas especialista ouvido pelo Estado de Minas garante que não há qualquer risco em se proteger do coronavírus com o medicamento.
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Em abril, a Anvisa aprovou, por unanimidade, a ampliação do prazo de validade de seis para nove meses nas vacinas produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca.
Com a medida, profissionais de saúde informam a quem será vacinado, antes de aplicar o imunizante, que a data apontada no frasco do medicamento foi estendida. Em Belo Horizonte, quem foi atualizar o calendário de proteção contra a COVID conta que ouviu reclamações de pessoas que se sentiram inseguras e até recusaram receber a dose da Fiocruz.
Flávio Guimarães reforça que a decisão da Anvisa é confiável e que não há razão para evitar a imunização com doses da AstraZeneca que tiveram a validade ampliada. O professor da UFMG aponta que a agência brasileira é respeitada internacionalmente como um órgão muito cuidadoso na aprovação de produtos.
“Tudo está muito bem documentado e provado. A Anvisa é um dos órgãos mais rigorosos do mundo junto com o FDA (Food and Drug Administration, agência estadunidense)e o órgão europeu e em todos esses órgãos essa extensão foi aprovada. Trata-se de uma medida global apresentada pela própria AstraZeneca”, aponta.
Sem motivos para preocupação
Nesta semana, a Prefeitura de Belo Horizonte começa a estender os chamados para vacinação de pessoas com mais de 40 anos para a quarta dose da vacina contra o coronavírus. Até a quarta-feira (29/6), cerca de 384 mil moradores da capital poderão atualizar o calendário de proteção contra a COVID.
Quem tomar a AstraZeneca pode ficar tranquilo, conforme explicado pelo professor Flávio Guimarães. A extensão da validade garante não apenas que não há risco de efeitos adversos graves como uma proteção para casos graves da doença sem nenhuma defasagem em relação ao imunizante no prazo de validade original.
O professor explica que a garantia de segurança e eficácia do produto é ponto primário para o pedido de extensão da validade de qualquer produto na Anvisa.
“Isso é uma das coisas que têm que ser demonstradas: que a eficácia permanece a mesma, assim como a segurança . São os dois pontos mais avaliados quando esse tipo de solicitação é apresentada. Certamente ela permanece eficaz e segura e não há risco ou diminuição de proteção associados às doses de AstraZeneca ou qualquer vacina aprovada pela Anvisa”, conclui