
O incêndio na Santa Casa de Belo Horizonte na noite de segunda-feira foi a segunda grande ocorrência do tipo em menos de 10 anos. Em 2016, as chamas atingiram um anexo do hospital e causaram um prejuízo de cerca de R$ 4 milhões em equipamentos. Desta vez, dois pacientes morreram em decorrência da evacuação do prédio. Em 2012, houve ainda um princípio de incêndio, sem maiores consequências. O Corpo de Bombeiros informou que faz vistorias anuais na Santa Casa. O hospital afirma que conta com mais de 500 brigadistas e treinará novas turmas até o fim do ano. O projeto de prevenção e combate a incêndio da unidade, no entanto, ainda está em fase de aplicação e o andamento é dificultado pelo orçamento curto.
Ele afirma que alguns pontos do projeto já foram instalados e evitaram que a tragédia de segunda-feira fosse maior. Ele cita a disposição de extintores e a regularização de um hidrante no 10º andar, que auxiliou os bombeiros na tarefa de controlar as chamas.
ESTRATÉGIA DE FUGA
O incêndio causou pânico em funcionários, pacientes e parentes de quem estava na Santa Casa na noite de segunda-feira. Houve relatos de pessoas quebrando janelas, funcionários foram hospitalizados após inalar fumaça durante os resgates e mais de 900 pessoas foram evacuadas, ficando na rua durante a noite fria do inverno belo-horizontino. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), BH registrou uma temperatura em queda de 18º C para 16ºC durante o tempo em que os pacientes da Santa Casa ficaram ao ar livre.
Na avaliação de João Costa, a estratégia de evacuação do hospital foi bem-sucedida, mas teve percalços inerentes ao contexto de um incêndio. “Em uma situação emergencial como a de ontem, por mais que a gente tenha um plano de contingência, o pânico foge um pouco do nosso controle. Mas, na medida do que tivemos condição de fazer acertos com os bombeiros e a Polícia Militar, conseguimos garantir o deslocamento, principalmente dos pacientes de CTI, que eram os quadros mais graves”.
Várias pessoas que estavam hospitalizadas na Santa Casa precisaram ser conduzidos com urgência para outras unidades de saúde. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte e Secretaria de Estado de Saúde, pacientes foram encaminhados para o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, São Lucas, João XXIII, Maternidade Odete Valadares e Hospital João XXIII.
De acordo com a Santa Casa, foram 26 funcionários hospitalizados, um no João XXIII e o resto no São Lucas, sendo dois no CTI. Durante a noite de ontem, 15 deles já haviam recebido alta. Duas técnicas em enfermagem permaneciam em tratamento intensivo para observação e garantia de ventilação adequada, mas com quadro estável e fora de risco. (BE)