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EUA intensificam vacinação contra varíola dos macacosUE entregou à Espanha milhares de vacinas contra a varíola do macacoVaríola do macaco não é uma emergência de saúde no momento, diz OMSVaríola dos macacos: sobe para nove o número de casos em BHVaríola dos macacos: Secretaria de Saúde de Minas investiga oito casosVaríola dos macacos: MG deve 'evitar transmissão', diz especialistaPara o infectologista e diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino de Melo Freire Júnior, o fato do caso confirmado em Minas ter vindo da Europa, ponto de grande disseminação do vírus ‘monkeypox’, é um fator positivo do ponto de vista epidemiológico.
"É mais simples do que os casos em investigação que não viajaram. Contrair a doença aqui sinaliza uma transmissão comunitária, quando o vírus já está circulando. É um cenário mais otimista", avalia, se referindo aos três casos que ainda estão sendo investigados no estado, todos sem viagens recentes ao exterior.
Ainda assim, o médico chama a atenção para a necessidade de monitoramento das pessoas que tiveram convívio com o paciente nos últimos dias. O homem está isolado e com quadro estável e as pessoas próximas estão sendo acompanhadas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
"É preciso que as autoridades sanitárias façam o rastreamento dos contatos para que a gente possa conter uma possível disseminação vinda desse caso. Como é uma doença que tem um período de incubação mais longo, é importante rastrear quem teve um contato mais próximo com a pessoa, mesmo antes dos sintomas", explica.
O infectologista ressalta que, com um trânsito intenso de pessoas entre os países, a transmissão da doença é de difícil controle. A chegada de uma pessoa com a varíola humana em BH após visita à Europa sinaliza este ponto.
Sintomas e transmissão
Embora as lesões na pele sejam o sintoma mais reconhecível da varíola, elas não são a única forma de manifestação do vírus. O infectologista Adelino Freire explica que a pessoa pode ter febre, inchaço nos gânglios e mal-estar antes mesmo das feridas cutâneas, que podem nem aparecer, inclusive.
Ainda assim, o especialista destaca que as lesões são frequentes e é mais comum que elas surjam em casos da doença. "Elas podem aparecer na região genital e também em outros locais do corpo. Inicialmente são bolhas que depois evoluem para uma aparência de infecção, com aspecto amarelado, e depois ela vira uma ferida. Se parece com a lesão de catapora, porém se espalha de forma diferente".
Reconhecer os sintomas é um passo importante para que a pessoa busque atendimento médico e evite transmitir o vírus para outras pessoas. "As pessoas precisam ter consciência sobre essa situação. A doença é transmitida por contato mais próximo, gotículas, existe uma possibilidade de transmissão sexual, mas, de forma geral, o contato íntimo permite a transmissão também. Então o que tem se orientado nesse momento é importante que quem tem algum sintoma e apresenta alguma lesão de pele deve procurar um centro médico", complementa.
Cenário pede atenção
"A OMS se reuniu essa semana e não declarou um estado de atenção especial por entender que alguns critérios ainda não tinham sido atingidos, mas é uma situação que pode ser questionada e merece atenção sim", afirma o infectologista.
Adelino Freire completa destacando que o vírus não tem impacto comparável ao da erradicada varíola humana e é menos letal que a COVID, por exemplo. Ainda assim, o avanço da varíola dos macacos merece cuidado e a doença pode significar um risco, em especial, para pessoas imunossuprimidas.