Marcelo Fabian Telles Souza, de 52 anos, é motorista de Uber há cinco e pensou em deixar a viagem de seus passageiros mais leve e divertida. Ele instalou uma placa no banco do passageiro colocando “valores” para cada atitude do passageiro, em tom de brincadeira. Para cantar a música que está tocando na hora são cobrados R$ 3, mas se o passageiro for afinado e cantar bem, paga apenas R$ 1,50. O pagamento não é real, mas cria uma relação mais leve com o passageiro e de forma bem-humorada.
Leia Mais
Motorista de aplicativo é baleado em luta contra assaltantes em VespasianoIrmãos de 13 e 15 anos assaltam motorista de aplicativo e batem o carroMotoristas em Minas Gerais criticam reajuste de preços dos combustíveisEle então começou a brincar com os passageiros, “se cantar a música são R$ 5”. Como a recepção foi boa, Marcelo resolveu fazer uma plaquinha e colocar no carro com os valores. “Minha intenção é que eles entrem, leiam a plaquinha e comecem a rir”, disse o motorista.
De acordo com ele, a brincadeira deixa a viagem mais leve, porém, alguns passageiros já acharam que a plaquinha era séria, e pediram que ele retirasse do carro. “Alguns já começam a rir sozinhos, a minha intenção é essa. Teve um senhor que achou que fosse sério, e falou que ia reclamar dos meus serviços na plataforma e falou para eu retirar a placa. Eu não tirei, é a opinião dele”, explicou.
Marcelo esclarece que, na maioria dos casos, as pessoas elogiam muito. “Muita gente fala que a corrida acaba até mais rápido, de tão agradável. Eu acho que de manhã, se a pessoa acorda para pegar um serviço e já começa o dia com um sorriso no rosto, já fica bom, não é?"
Nas últimas semanas, foram registrados muitos casos de ataques, assaltos e agressões a motoristas de aplicativo. Marcelo, em meio ao medo e perigo, encontrou uma forma de levar o dia numa boa.
Ele argumenta que o clima mais leve e feliz não afeta somente o dia dos passageiros, mas o dele também. "Sempre fui feliz, gosto de trabalhar assim. As coisas estão ruins, mas se a gente ficar tranquilo e levar numa boa, o dia termina bem mais legal. Não é um dia cansativo, terminamos felizes”, acredita.
*Estagiária sob supervisão