Marcelo Fabian Telles Souza, de 52 anos, é motorista de Uber há cinco e pensou em deixar a viagem de seus passageiros mais leve e divertida. Ele instalou uma placa no banco do passageiro colocando “valores” para cada atitude do passageiro, em tom de brincadeira. Para cantar a música que está tocando na hora são cobrados R$ 3, mas se o passageiro for afinado e cantar bem, paga apenas R$ 1,50. O pagamento não é real, mas cria uma relação mais leve com o passageiro e de forma bem-humorada.
O motorista conta que a iniciativa veio do seu gosto por música. “Eu sempre gostei de música. Quando eu coloco algo pra tocar no som, fico prestando atenção na atitude das pessoas. Uns cantam, outros não sabem a letra, mas vão melodiando. Teve até um passageiro que me pediu para dar mais volta no bairro para ele terminar de ouvir uma música”, contou.
Ele então começou a brincar com os passageiros, “se cantar a música são R$ 5”. Como a recepção foi boa, Marcelo resolveu fazer uma plaquinha e colocar no carro com os valores. “Minha intenção é que eles entrem, leiam a plaquinha e comecem a rir”, disse o motorista.
De acordo com ele, a brincadeira deixa a viagem mais leve, porém, alguns passageiros já acharam que a plaquinha era séria, e pediram que ele retirasse do carro. “Alguns já começam a rir sozinhos, a minha intenção é essa. Teve um senhor que achou que fosse sério, e falou que ia reclamar dos meus serviços na plataforma e falou para eu retirar a placa. Eu não tirei, é a opinião dele”, explicou.
Marcelo esclarece que, na maioria dos casos, as pessoas elogiam muito. “Muita gente fala que a corrida acaba até mais rápido, de tão agradável. Eu acho que de manhã, se a pessoa acorda para pegar um serviço e já começa o dia com um sorriso no rosto, já fica bom, não é?"
Nas últimas semanas, foram registrados muitos casos de ataques, assaltos e agressões a motoristas de aplicativo. Marcelo, em meio ao medo e perigo, encontrou uma forma de levar o dia numa boa.
Ele argumenta que o clima mais leve e feliz não afeta somente o dia dos passageiros, mas o dele também. "Sempre fui feliz, gosto de trabalhar assim. As coisas estão ruins, mas se a gente ficar tranquilo e levar numa boa, o dia termina bem mais legal. Não é um dia cansativo, terminamos felizes”, acredita.
*Estagiária sob supervisão