Minas Gerais registrou 38 mortes e 9.851 novos casos de COVID-19 nas últimas 24 horas, conforme o boletim epidemiológico desta terça-feira (5/7), publicado pela Secretaria do Estado de Saúde (SES-MG). Mais de 39,2 mil pessoas testaram positivo e 86 morreram em virtude da doença nos cinco primeiros dias de julho.
O crescimento de casos de COVID-19 já era esperado pelas autoridades mineiras. Conforme o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, as duas primeiras semanas terão um aumento significativo no número de registros da doença - possivelmente maior que os 122% da última semana de junho.
A estimativa foi divulgada na reunião do Comitê Extraordinário COVID-19, nessa quinta-feira (30/6). “Esse crescimento é esperado e justificado por fatores sazonais, como o período de frio, maio e junho, e o pós-feriado de Corpus Christi, que também trouxe dados represados”, informou Baccheretti.
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Apesar do aumento de infecções pelo coronavírus, Fábio Baccheretti afirmou que o reflexo não deverá ser como nos demais picos que tiveram o crescimento de internações e mortes. O motivo do controle da pandemia é a vacinação em massa da população com pelo menos duas doses.
“A vacina trouxe a COVID-19 para um patamar muito parecido com o de doenças sazonais que em todo outono-inverno acometem mais a população. É como a gripe e nós sempre vencemos isso. E nós todos sabemos que mesmo com o aumento de casos os pacientes que estão internando e os que estão indo a óbito não estão acompanhando a mesma proporção que vivenciamos neste ano, até em janeiro e fevereiro, mas muito menor. Isso demonstra que a vacina é um sucesso. É a forma mais segura de vencermos a pandemia”, disse.
Minas imunizou 89,58% da população com a 1ª dose e 83,96% com a 2ª dose. Já a 1ª dose de reforço ou 3ª dose foi aplicada em 63,16% dos habitantes.
A 4ª dose ou 2ª dose de reforço, por sua vez, ainda tem baixa adesão do público-alvo, já que somente 20,56% foram ao posto de saúde para se vacinar.
Além disso, a cobertura vacinal pediátrica ainda é uma preocupação para a SES-MG, pois cerca de 30% das crianças não tomaram a primeira dose, enquanto só 50% tiveram a vacinação completa.
"Apesar de não haver aumento significativo no número de internações de crianças com COVID-19 e de a adesão ter saltado 10% da última apresentação do comitê até hoje, a vacinação deste público é fundamental para evitarmos quadros graves de síndrome respiratória aguda grave", disse o secretário de Saúde.
Julho terá aumento de doenças respiratórias
Com o inverno, além da COVID-19, as infecções respiratórias também crescem, o que aumenta o fluxo de pessoas, sobretudo de idosos e do público infantil, nas unidades de pronto atendimento dos centros de saúde.
Em Belo Horizonte, a quantidade de indivíduos internados por doenças respiratórias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi 15% maior em julho comparado a junho de 2021. Os dados são do Ministério da Saúde.
As internações cresceram de 1.056 casos para 1.215. O mês também superou, em 11,4%, a média mensal de 1.090,5 pacientes em estado grave por causa de doenças respiratórias que demandaram internações entre janeiro e junho.
Nesta semana, Minas Gerais terá a umidade relativa do ar abaixo de 30%, o que auxilia na propagação de doenças virais. Por isso, manter-se hidratado, evitar atividades físicas e usar umidificador ou toalhas molhadas nos ambientes da casa são formas fundamentais de prevenção a doenças que comprometem as vias áreas, como bronquite, rinite, influenza e resfriado.
“É importante tomar bastante líquido e evitar exercícios físicos nesses períodos. Além disso, estar vacinado também é outra medida, pois previne essas infecções e diminui a probabilidade delas ocorrerem”, disse o médico infectologista Carlos Starling.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Arruda