A Polícia Civil de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais, prorrogou o inquérito policial que investiga a morte de Francisco Venâncio Pereira Filho, de 62 anos, que aconteceu na madrugada do dia 4 de junho.
Na ocasião, a vítima, que era motorista do Consórcio Manchester, uma das empresas que operam o transporte público de Juiz de Fora, morreu na garagem da Tusmil, única empresa integrante do Consórcio.
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A polícia, em nota, informou que o laudo pericial do acidente não ficou concluído.
Também de acordo com a corporação, outras pessoas foram chamadas para prestar depoimento.
“Segundo o delegado responsável pela apuração, Rogério de Mello Franco Assis Araújo, o motorista foi ouvido, assim como outros envolvidos. Outras pessoas também foram intimadas a prestar esclarecimentos. O laudo pericial ainda não ficou pronto, mas o prazo foi prorrogado. A solicitação de prorrogação tem previsão legal e se faz necessária devido à complexidade do caso. As investigações prosseguem”, informa a nota enviada pela Polícia Civil.
Laudo da empresa aponta falha humana
Uma perícia particular, contratada pela Tusmil, apontou que o motorista do ônibus que matou Francisco Venâncio não puxou o freio de mão.
O Estado de Minas teve acesso ao documento assinado pelo perito Francisco de Assis Mouro.
“O evento sob estudo decorreu da imperícia e do desatento procedimento por parte do condutor do veículo 504 , que não acionou a alavanca de freio de estacionamento , que, desta forma, impediria o deslocamento de recuo e descida pela rampa”, diz trecho do relatório.
Portanto, segundo essa perícia, não houve falha mecânica do ônibus.
O especialista ainda ressaltou que o veículo que atropelou Francisco Venâncio não apresentava falhas técnicas.
Segundo Mouro, outros dois coletivos foram testados, sendo um deles escolhido de forma aleatória.
“Ora enfatizando, que o veículo foi testado na ocasião do evento por este analista, conforme mencionado, podendo afirmar com segurança que o veículo em nenhum momento apresentou pane em seus sistemas de freios”.
“Guerra” entre Tusmil e Prefeitura de Juiz de Fora
A morte de Francisco Venâncio foi o “divisor de águas” da relação entre a Prefeitura de Juiz de Fora e a Tusmil.
Desde o início de 2022, o número de ônibus quebrados e acidentes envolvendo coletivos da empresa aumentou.
A Prefeitura de JF abriu um processo administrativo para investigar esses problemas.
Em junho, como conclusão ao processo, a prefeita Margarida Salomão (PT) decretou a caducidade do contrato de prestação de serviço.
Ou seja, a Prefeitura de Juiz de Fora rompeu o acordo firmado com o Consórcio Manchester, vencedor da licitação de 2016.
O decreto prevê que a empresa continue operando o serviço durante 90 dias, até que a PJF divulgue qual medida adotará para substituir o Consórcio na prestação do serviço de transporte público na cidade.