Seis diretores de escolas estaduais de Minas Gerais que foram exonerados dos cargos, na semana passada, participam de uma reunião na Subsecretaria de Articulação Educacional, localizada na Cidade Administrativa, na tarde desta quinta-feira (7/7). O objetivo do encontro é justificar a entrega do Diário Escolar Digital (DED) fora do prazo determinado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). O não cumprimento do prazo é o motivo das exonerações, segundo a SEE.
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Escolas e hospital são alvos de fake news no interior de Minas Greve dos professores: escolas registram funcionamento normalEducação: como lidar com as sequelas do afastamento na volta às escolas?De acordo com o ex-diretor da Escola Estadual Desembargador Rodrigues Campos, localizada na Região do Barreiro, Virgílio Alfredo de Araújo, cinco diretores serão recebidos presencialmente na Subsecretaria. Ele participa por videoconferência por motivos de saúde. Cada um será atendido individualmente e poderá explicar porque o preenchimento do DED da respectiva escola não foi entregue no prazo estipulado pela SEE.
Este seria o motivo alegado pela secretaria para a exoneração dos diretores. Porém, alguns deles acreditam em perseguição política. Na tarde de terça-feira (5/7), os alunos da escola Rodrigues Campos fizeram mais uma manifestação contra a exoneração do diretor. Na segunda-feira (4/7), uma paralisação convocada pelos estudantes fechou a principal rua do bairro. Alunos, pais e funcionários da Escola Estadual Governador Milton Campos, em São João Del Rey, fizeram um manifesto contra a exoneração da diretora Maria Estela Veloso Morais Amaral.
Pedidos de explicação e convocação da secretária de Educação
A decisão da SEE de exonerar os sete diretores motivou o deputado estadual Cristiano Silveira (PT) a protocolar dois requerimentos na Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No primeiro, o deputado pede que sejam apuradas possíveis irregularidades e ilegalidades nas exonerações dos diretores. No outro, ele pede a anulação dos efeitos das exonerações.
Os requerimentos devem ser votados na próxima reunião da comissão, na semana que vem. Se aprovados, não há prazo para o Ministério Público ou a Secretaria de Educação se manifestarem sobre as irregularidades. Um ofício também foi enviado ao Conselho Estadual de Educação, pedindo que o órgão monitore a situação e cobre as providências cabíveis.
Na segunda-feira, foi aprovada ainda, pela comissão da ALMG, a convocação da secretária de Educação, Júlia Sant’Anna, para explicar as exonerações. Ainda não há data para essa convocação, mas o pedido determina que ela ocorra antes do recesso parlamentar que começa em 8 de julho. A secretária não é obrigada a comparecer à comissão, mas precisa justificar a falta ou estará sujeita a sanções administrativas.