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Estado de Minas TAMISA

Serra do Curral: PBH vai à Justiça com pedido 'definitivo' contra mineração

Em ação com mais de 100 páginas e 20 documentos anexos, a capital pede a suspensão da licença concedida à Tamisa e proibição de operação para a empresa


06/07/2022 17:24 - atualizado 06/07/2022 20:03

Serra do Curral com Belo Horizonte ao fundo
PBH pediu a suspensão da licença concedida pelo Copam à Tamisa (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ajuizou, nesta segunda-feira (6/7), uma Ação Civil Pública solicitando a suspensão da licença ambiental concedida pelo governo estadual à Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) para instalação na Serra do Curral. A medida dá continuidade ao pedido de tutela cautelar emitido pela administração do município em maio deste ano.

No documento encaminhado à 5ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) aponta uma série de riscos ambientais, culturais e históricos relacionados à exploração mineral. Mais de 20 anexos com análises técnicas foram incluídos no processo classificado pela PBH como pedido definitivo para a proteção da Serra do Curral.

Além de requerer a suspensão da decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) que autorizou a instalação da Tamisa na serra, a ação da PBH pede que a Justiça imponha ao governo estadual a obrigação de não conceder licença de operação à mineradora, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão.

Segundo a PGM da capital, o empreendimento traz riscos ao abastecimento hídrico da cidade, à fauna da região, ao perfil geológico da serra e às comunidades tradicionais que vivem no entorno da área onde se pretende minerar.

Balanço dos motivos apresentados pela PBH:

  • Riscos à preservação de fauna e flora, em especial de espécies ameaçadas de extinção

  • Riscos à fauna e população de BH pelo ruído, vibração e alteração da qualidade do ar

  • Risco às cavernas e cavidades da Serra do Curral

  • Risco à preservação de Unidades de Conservação da região, com  destaque para os parques municipais das Mangabeiras, da Serra do Curral e Fort Lauderdale

  • Possibilidade de perda do título de Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço

  • Comprometimento da segurança hídrica da capital, com ameaça ao abastecimento de 70% da população da cidade

  • Ameaça à Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango

  • Risco geológico, incluindo o Pico Belo Horizonte, patrimônio tombado pelo município


Em nota, o Governo de Minas afirmou que não comenta ações judiciais e informou que, quando intimado, se pronuncia nos autos dos processos.
 
Procurada pela reportagem, a Tamisa afirmou que cumpriu as exigências legais para obter as licenças e que, em momento oportuno e se convocada, irá comprovar e demonstrar a lisura dos processos diante da Justiça. 

Ações anteriores


Dias após a Tamisa conseguir parecer favorável no Copam, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou que recorreria contra a anuência do governo estadual à instalação da mineradora na Serra do Curral.

Em 3 de maio, a administração da capital acionou a Justiça Federal alegando ter sido excluída da decisão, que afeta a cidade, embora o empreendimento esteja situado em Nova Lima.

Após ações do Governo de Minas e da Tamisa, a Justiça Federal se julgou incompetente para decidir sobre o tema e determinou o deslocamento do caso para o âmbito estadual.

Desde então, as ações sobre a mineração na Serra do Curral são encaminhadas à 5ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte e seguem à espera de julgamento.


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