O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou nesta quarta-feira (6/7) que todos os detidos durante a operação Mercadores do Templo – que desarticulou um esquema criminoso de pirâmide financeira – foram liberados.
A ação foi articulada no início de maio pelas polícias Civil e Militar em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Belo Horizonte, Pouso Alegre e Governador Valadares, além do Ministério Público do Distrito Federal e do Pará.
Após dois anos de investigação, 28 mandados de busca e apreensão e de prisão haviam sido cumpridos em Unaí, Belo Horizonte, Contagem, Guanhães, todas em Minas Gerais, além de Belém (PA) e Brasília (DF). Na ocasião, oito prisões preventivas foram decretadas, incluindo a do mentor do esquema, um pastor, que, ao ver a polícia, fugiu em alta velocidade em um veículo de luxo, mas acabou alcançado. Agora, todos estão em liberdade.
O tribunal acatou os argumentos do advogado Santiago André Schunck, que alegou falta de fundamento jurídico válido. "A decisão vem ao encontro daquilo que estamos afirmando desde a realização da operação Mercadores do Templo. As prisões foram arbitrárias", afirma o advogado.
Anteriormente, em nota, o Ministério Público informou que "as empresas do grupo criminoso ofereciam serviços financeiros de altíssima e ilusória rentabilidade, sob a promessa de juros remuneratórios de 8,33% ao mês para pessoa física e 10% ao mês para pessoa jurídica".
Contudo, ainda segundo o MPMG, o modo de atuação utilizado pelos investigados se assemelha ao modo de agir das grandes organizações criminosas responsáveis por delitos altamente complexos, conhecidas como 'Esquemas Ponzi' ou pirâmides financeiras.
Após a operação, houve também o bloqueio das contas bancárias e a recuperação de artigos financeiros que somam mais de R$ 2 milhões e cerca de R$ 65 milhões em movimentações financeiras.