O número de turmas escolares suspensas por casos de COVID-19 em Belo Horizonte triplicou no último mês. Dados divulgados no boletim epidemiológico da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) também apontam que o número de escolas, públicas e particulares, que registraram surtos da doença mais do que dobrou nos últimos 30 dias.
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COVID: PBH aguarda aval de ministério para ampliar 4ª dose da vacinaCOVID-19: casos estão em desaceleração em BH, diz secretáriaCOVID-19: mais de 13 mil testam positivo em Minas nas últimas 24hNúmero de casos confirmados de COVID permanece em alta em Minas Bebês morrem após serem socorridos em creches particularesA Secretaria Municipal de Saúde considera como critério para suspensão de turmas, a confirmação de casos de COVID em, ao menos, 10% do total de alunos. Nestes casos as atividades presenciais são suspensas por 10 dias corridos, contados a partir do último contato.
O aumento nos casos de turmas suspensas se dá em um cenário de baixo índice de vacinação entre as crianças de 5 a 11 anos. Em atualização divulgada hoje, 59,6% do público recebeu a segunda dose da proteção contra o coronavírus. Há um mês o percentual era de 57,1%.
Segundo dados da PBH sobre a população da capital nesta faixa etária, seria o equivalente a dizer que apenas cerca de 5 mil crianças completaram o ciclo vacinal contra a COVID ao longo de um mês.
Ritmo dos novos casos
Belo Horizonte teve 5.636 novos casos confirmados de COVID na última semana. O número indica estabilidade em relação à semana anterior, quando foram registrados 5.807 novos contágios pelo coronavírus.
Veja o aumento de casos confirmados de COVID por semana no último mês em BH:
- Entre 01/07 e 08/07: 5.636 novos casos
- Entre 24/06 e 01/07: 5.807 novos casos
- Entre 17/06 e 24/06: 3.766 novos casos
- Entre 10/06 e 17/06: 5.382 novos casos
- Entre 03/06 e 10/06: 4.416 novos casos
Na quinta-feira, a secretária municipal de Saúde, Cláudia Navarro, afirmou que o número de casos estavam em desaceleração na cidade. Em entrevista ao Estado de Minas, a médica ressaltou que a doença ainda está presente e que é preciso manter cuidados como o uso das máscaras.
O Boletim de Monitoramento do Comitê Popular de Belo Horizonte de Combate à Covid-19, porém, aponta para um cenário diferente. O documento, também divulgado nesta sexta, aponta que a taxa de transmissão na capital está em 1,8, o que significa que cada 100 pessoas infectadas podem transferir o vírus para outras 180. O ideal é que o índice fique abaixo de 1.
Para o infectologista e professor da UFMG, Unaí Tupinambás, é importante não deixar o cansaço vencer as medidas de prevenção ao contágio.
“Eu sei que tá todo mundo cansado após dois anos e meio de pandemia, mas o vírus não está nem aí pra isso, é preciso continuar com o uso de máscaras, a higienização das mãos e com a vacinação em dia. Duas doses para ômicron não é vacinação completa, as pessoas tem que completar a imunização, não é mais reforço, é vacinação completa ”, aponta o médico, que também integra o Comitê Popular.
Embora os casos estejam menos graves, o Tupinambás alerta para a importância de perceber os sintomas, fazer o teste e ficar isolado. A alta circulação do vírus favorece o surgimento de variantes cujo efeito ainda não é conhecido na população.
“Dados do monitoramento da Fiocruz apontam que a (subvariante da ômicron) BA4 e BA5 estão se espalhando e elas podem escapar da resposta imune, tanto da vacina, quanto da infecção recente. Não sabemos ainda, mas é importante prevenir”, comenta.