No primeiro dia de aumento na circulação de ônibus em Belo Horizonte, após o pagamento de subsídio às empresas do transporte público, passageiros ainda enfrentam longas filas, atraso e coletivos superlotados.
Nas ruas, há quem já esteja satisfeito com o novo quadro de horários, mas outros não sentiram diferença. As reclamações acontecem principalmente fora do período de pico. No ponto final da linha 8150, na Rua Silva Fortes, bairro Serra, a dona de casa Gabriela Miranda, de 25 anos, celebrou o aumento das linhas, que antes saíam de uma em uma hora. "Ficou melhor. Hoje já começou a valer o intervalo de 30 minutos. Espero que se mantenha dessa forma", conta.
Com o filho no colo, Arthur, de 2 meses, ela diz que precisa do transporte público para levá-lo ao médico. "Antes, eu precisava sair muito cedo para não perder a consulta. Agora vou conseguir sair de casa com mais tranquilidade", disse.
Na manhã desta terça-feira (12/07), porém, o cenário foi de pontos cheios e ônibus superlotados, inclusive fora do horário de pico.
Ao chegar no ponto, na rua Tamoios, esquina com Rio de Janeiro, no Centro de BH, a copeira Amanda Beatriz de Souza Alvarenga, de 36, ficou aliviada ao saber que faltava apenas 20 minutos para seu ônibus chegar. "Sempre pego ônibus nesse horário. Normalmente, costuma demorar uns 40 minutos", conta.
Apesar do alívio, Amanda ficou desapontada quando viu o ônibus, com destino ao bairro Santa Efigênia, chegando já cheio. Para ir embora, ela conta que, mesmo fora do horário de pico, costuma pegar ônibus lotado. "Sempre pego o ônibus abarrotado de gente. Quase nunca dá para voltar sentado", conta.
O cabeleireiro Edilson Simão, de 59, não teve a mesma sorte de pegar o transporte cedo. Esperando há mais de meia hora no ponto da Rua dos Caetés, no Centro de BH, ele reclamou da demora diária para conseguir voltar para casa, no bairro São Marcos. "Todos os dias é, no mínimo, meia hora de espera. Antes da pandemia, demorava uns 20 minutos. Isso é um absurdo", afirma.
Para ele, os longos períodos de espera são uma realidade inclusive nos horários de pico. "Não tem diferença, a demora é a mesma", disse. Do tempo em que ficou conversando com a reportagem do Estado de Minas até a chegada do 3501A, Edilson ainda aguardou mais dez minutos, totalizando cerca de 40 minutos de espera pelo ônibus.
A operadora de caixa Bruna Gomes, de 24, questiona o motivo de os horários não retomarem a frequência pré-pandemia. "Tive que adaptar meu horário de saída para conseguir pegar o ônibus. Ele sempre demora cerca de 40 minutos. Hoje não foi diferente", conta, enquanto espera o 9106, na Rua Corinto, no Serra. A aposentada Vera Lúcia Macedo, de 79, também não sentiu diferença. "Vamos ver se melhora", disse.
Acordo prevê mais viagens
Após a liberação da verba, o número de viagens diárias em dias úteis deve ter um aumento imediato de, no mínimo, 15% em relação à média do mês de março deste ano. Após 15 dias, um novo aumento, desta vez de 30% na frota. Isso, segundo a prefeitura, significa 19.203 viagens em dias úteis. Já no período noturno, entre 0h e 3h59, o número deve passar de 125 para 528.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), os novos horários já foram enviados e aprovados pela BHTrans e estarão disponíveis para os passageiros, por meio dos aplicativos de previsibilidade de horários e dos painéis eletrônicos instalados nos pontos de embarque e desembarque, e nas estações de transferência e integração.