Belo Horizonte registrou 30 mortes por COVID-19 na última semana. O número divulgado no Boletim Epidemiológico da prefeitura da capital nesta sexta-feira (15/7) é o mais alto em um mês, chegando a ser três vezes maior que no intervalo entre 17 e 24 de junho.
Os 30 óbitos em decorrência da doença também apontam grande discrepância com a última semana, quando foram registradas 16 mortes. O índice de novos casos confirmados, no entanto, não apresenta grande variação em relação aos três períodos anteriores, com cerca de 6 mil diagnósticos a cada 7 dias.
Veja a variação de mortes por COVID em BH no último mês:
- Entre 8/7 e 15/7: 30
- Entre 1/7 e 8/7: 16
- Entre 24/6 e 1/7: 12
- Entre 17/6 e 24/6: 10
Na última semana, 26 das 30 mortes foram de pessoas acima dos 60 anos. O dado aponta a urgência de que o público receba as doses de reforço da vacina. Para o infectologista Carlos Starling, membro do Comitê Popular de Combate à COVID-19 de BH, o número era previsível diante da alta circulação do vírus na cidade e do baixo índice de imunização.
“No boletim do comitê popular comentamos isso há duas semanas, que veríamos essa situação. Porque a vacinação de segunda dose tem sido muito baixa e, com isso, as pessoas perdem progressivamente a imunidade e ficam suscetíveis novamente. Nós temos variantes extremamente transmissíveis nesse momento”.
Segunda dose de reforço
A segunda dose de reforço do imunizante contra a COVID está sendo aplicada em pessoas acima dos 40 anos em Belo Horizonte. O percentual deste público com a cobertura vacinal atualizada é baixo: apenas 28,3%.
Com variantes e subvariantes que se espalham de forma mais rápida e o relaxamento das medidas de proteção contra a disseminação do coronavírus, especialistas apontam que a terceira e quarta doses da vacina são essenciais para evitar o recrudescimento da pandemia. Starling comenta que o termo ‘reforço’ pode até ser substituído diante da essencialidade de manter o calendário vacinal atualizado.
“As subvariantes BA4 e BA5 da Ômicron são tão transmissíveis quanto o sarampo, que é uma das doenças mais transmissíveis que nós conhecemos. Então essa combinação de relaxamento das medidas de barreira associada à falta de vacinação não dá outra: vamos ter aumento de mortalidade. Todo ano nos vacinamos contra a Influenza, não é reforço, é uma vacinação necessária e absolutamente regular”.
Vacinação infantil
O boletim desta sexta-feira traz a notícia de que a aplicação da segunda dose da vacina contra a COVID entre crianças de 5 a 11 anos enfim superou a marca dos 60%. O número, no entanto, ainda indica uma cobertura baixa entre o público, que tem 84,2% de imunizados com a primeira dose.
Já as crianças de 3 e 4 anos ainda precisarão esperar para se proteger contra o coronavírus. Mesmo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso da CoronaVac para o público, ainda não há previsão para a disponibilização do imunizante em BH.