O desenvolvedor de software Bruno Ramos Vieira, de 28 anos, convidou os amigos e a namorada para comparecer, nesse fim de semana, a um evento de festa junina na casa de shows Night Market Rooftop, localizada na rua Wilson Lima Rocha, no Bairro Buritis, Região Oeste de BH. De acordo com ele, após entrar com um saquinho de bebida de 30ml dentro do estabelecimento e virar o conteúdo no copo, os seguranças o abordaram com truculência e agressividade.
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Jovem diz ter apanhado de seguranças em show de Gusttavo LimaSeguranças suspeitos de matar adolescente são procurados pela políciaEstudantes protestam contra ação violenta de seguranças na PUC MinasEle acreditou que não seria um problema, e citou inclusive o artigo 6 do Código de Defesa do Consumidor, que explica sobre a venda casada. No caso, a bebida levada no saquinho era diferente das oferecidas pelo bar da casa, ou seja, não seria proibido entrar com elas no local.
“Porém, um segurança que estava próximo à mesa viu a situação e nos abordou. Ele tomou nosso copo sem explicar e xingou dizendo que éramos escrotos, que aquela situação ali era sacanagem. Depois, ele levou nosso copo para outro local. Eu fui até ele, educadamente, sem nenhuma intenção de brigar. Fui então agredido verbalmente”, explica Bruno.
Inicialmente sem sucesso, Bruno solicitou que chamassem o gerente. “Não sei se chamaram, mas eu fiquei aguardando até o gerente chegar.” De acordo com ele, nesse momento começaram as agressões físicas. “Quando eu retornei à mesa, me agarraram pelas costas com um mata-leão, outro segurança me deu socos na barriga e nas costas. Minha namorada ficou desesperada, tentando tirar os seguranças de cima de mim. Estou com dores no pescoço e nas costas até hoje”, contou.
Como é mostrado no vídeo, Bruno tenta se afastar dos seguranças. A namorada então, o abraça, na intenção de que eles não batam mais no companheiro por medo de atingi-la. Porém, a namorada também foi agredida com um chute na canela. “Eu falei que saía da casa, só não queria que encostassem em mim. Em um momento, achei que ia me matar porque me enforcaram com tanta força que eu estava sem ar. Eu só queria sair dali.”
Bruno, a namorada e os amigos foram expulsos do Night Market. Logo após sair, a polícia foi acionada e quando os policiais chegaram ao local, Bruno contou que os administradores da boate se arrependeram e disseram que eles podiam voltar ao evento. “Eu não quis, ainda mais depois de me sujeitar àquela situação humilhante em público. Nem a polícia tem direito de fazer isso com a gente.”
Ação judicial por agressão
Bruno ressaltou que registrou um boletim de ocorrência, e que vai entrar com ação judicial contra o estabelecimento. Pode, ainda, processar também os seguranças caso o advogado o oriente.
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a casa de shows por e-mail e por telefone, porém não obteve retorno até o momento da publicação desta reportagem.
*Estagiária sob supervisão