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Estado de Minas FÉRIAS

Museu dos Brinquedos une diversão à história para animar as férias

Criado em 2006, equipamento é opção de lazer com gostinho de passado para crianças e adultos em BH


20/07/2022 04:00 - atualizado 20/07/2022 09:41

Maria Clara e Giovana
Com olhos fixos na prateleira, Maria Clara e Giovana não escondiam o deslumbramento diante das peças, enquanto, em outro espaço, a pequena Sofia Lucas se divertia na corrida de saco, ao lado da mãe, Rafaela (foto: Túlio Santos/EM.D.A Press)

 

Com a chegada das férias, uma ótima opção para crianças e familiares é visitar o Museu dos Brinquedos, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Com cerca de 1,2 mil peças em exposição, o acervo é composto por jogos, bonecas, carrinhos de bebê, móveis, trenzinhos, peças em pelúcia, livros infanto-juvenis e cavalos de pau. E ainda oferece atividades variadas.

 

Criado em 2006, com sede em um casarão tombado, o museu abriga a coleção feita por Luiza de Azevedo Meyer durante os seus 87 anos de vida. Segundo a diretora do equipamento cultural e neta da colecionadora, Tatiana de Azevedo Camargo, criar o Museu dos Brinquedos era um desejo da avó.

 

“Ela tinha essa coleção desde criança e à medida que o acervo era formado, a ideia foi germinada. Depois disso, vieram os filhos e netos, e ela começou a ter mais interesse por essa questão da infância. Esse desejo não foi colocado em prática, apesar de, durante muito tempo, minha avó ter feito algumas exposições itinerantes, não só em BH, mas também em outras cidades”, contou.

 

Dona Luiza morreu em 2000, e Tatiana conta que o museu foi uma maneira de resgatá-la de alguma forma. “Após o falecimento dela, talvez pela saudade e pela vontade de mantê-la viva, a família e alguns amigos tocaram o projeto e inauguraram, a princípio, o Instituto, em 2003, e, em seguida, o museu, no ano de 2006”, relembra.

 

Sofia Lucas se divertia na corrida de saco, ao lado da mãe, Rafaela
(foto: Túlio Santos/EM.D.A Press)

 

Para Rafaela Lucas, mãe da pequena Sofia Lucas, de 5 anos, a experiência foi lúdica não apenas para a filha, mas também para ela, que relembrou muitos momentos da própria infância. “Eu nunca tinha ido. Sempre ouvi de amigos e colegas que era um lugar muito bom para o resgate de brincadeiras antigas e também contemporâneas. Interessante observar que muitos brinquedos evoluíram e como eles fazem diferença na vida das crianças”, avalia. Em outro espaço, os olhares brilhantes das pequenas Maria Clara Feijolo e de Giovana Mendes Cortes, ambas de 7, revelava toda a dmiração diante de bonecos e bonecas variados. 

 

“RESPIRO”

 

Para a diretora do museu, o local é importante não só por celebrar o brincar, mas também por ser um “respiro” no cotidiano. “Independentemente da idade, o espaço é um respiro para nosso dia a dia e nossos afazeres. O brincar é uma linguagem de troca afetiva entre as pessoas, entre as gerações. Além disso, é um mergulho de lembrança e memórias. É uma linguagem que ajuda a nos relacionarmos, nos soltar das amarras e possibilita um encontro consigo mesmo e com o outro de forma genuína. Penso que o brinquedo entra nisso como uma isca”, ressalta.

 

Quem acredita que a experiência é só empolgante para os pequeninos está enganado, pois o acervo reúne brinquedos de várias gerações, o que provoca grandes emoções nos adultos. “Existe uma tendência em acreditar que o museu é voltado para as crianças e que só elas aproveitam a exposição. Porém, eu penso que os adultos que vão para acompanhar se divertem tanto quanto as crianças. A exposição, mesmo que direcionada a qualquer idade, desperta mais emoções nos mais velhos, pois vários brinquedos que estão lá relembram uma infância que foi deles”, contou Tatiana.

 

Segundo ela, as pessoas conseguem resgatar momentos e ter um encontro consigo mesmas. “A criança tem um olhar mais curioso e de descoberta, além de buscar entender infâncias de diferentes épocas e culturas. Mas os adultos e os idosos, ao visitar o museu, não têm só contato com o conhecimento, como também com a sua infância. É um museu que diz muito sobre quem visita, e não de uma história coletiva. É um mergulho na própria vida, uma viagem ao tempo e espaço.”

 

OLHAR LÚDICO 

 

A neta de Dona Luiza afirma que, além da exposição, a diversão é garantida nas outras atividades promovidas pelo museu. “Nas brincadeiras do pátio, que é o brincar livre, são usados poucos elementos e brinquedos mais simples, como a perna de pau, perna de lata, elástico, corda, bambolê, futebol de prego ou até mesmo o próprio corpo, brincando com outras pessoas. É um brincar muito saudável e divertido para todos. Ter um lugar na cidade que instiga a fazer isso é muito importante”, afirmou.

 

O intuito do museu, conforme a diretora, é mostrar um olhar sobre a sociedade por meio do brinquedo. “Então, fazemos um recorte histórico evidenciando como o brinquedo e o brincar retrata a história da nossa humanidade. Além disso, mostramos como vários brinquedos eram ferramentas que perderam seu uso utilitário. Muitas pessoas acreditam que eles são apenas objetos frívolos, mas têm toda uma bagagem histórica. Também contamos a trajetória da minha avó e do museu, através do teatro de marionetes, e propiciamos atividades lúdicas na oficina de construção de brinquedos.”

 

DIVERSIDADE

 

Também está disponível no museu a exposição “Desiguais - Seres Únicos e Diversos”, que traz bonecas e bonecos de diferentes cores, etnias, corpos, idades, culturas e gêneros, incluindo cerca de 400 Barbies. O acervo foi cedido por dois colecionadores, o estilista Marcelo Ferraz e a psicóloga Marta Ferraz.

 

Tatiana explica que o objetivo é trazer uma reflexão sobre a diversidade e representatividade. “Percebemos que isso está muito além de adaptar os espaços e ter ações para se comunicar com variados públicos, mas também de colocar em prática dentro do museu, considerando os diversos tipos de pessoas”, disse.

 

Segundo a neta de Dona Luiza, notou-se que a diversidade está mais representada nos brinquedos e no brincar. “Temos uma dificuldade muito grande, pois a indústria do brinquedo representa muito pouco essa diversidade. Então, chegamos nessas duas pessoas por causa disso. Os dois começaram a ter essa visão e a moldar essas Barbies buscando essa representatividade”.

 

Para Tatiana, trabalhar a diversidade com os visitantes, crianças e adultos, é primordial. “Não só a exposição, mas o ato de brincar e da oficina de construção de bonecos e bonecas. Nesses casos, as pessoas podem construir o boneco da sua representação, de diferentes formas, corpo, cor e hobby. São atividades tão importantes, quanto a exposição.”

 

 

Serviço:

 

  • Museu dos Brinquedos, na Avenida Afonso Pena, 2.564, Bairro Funcionários, Belo Horizonte
  • Visitação: até 30 de julho, de segunda a sábado
  • Horário de funcionamento: manhã (das 10h às 12h) e tarde (das 14h às 17h)
  • Entrada: R$ 15  (meia) e R$ 30 (inteira)
  • Mais informações: (31) 3261 3992/ 97170 1480 

 


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