As investigações sobre as atividades criminosas do delegado Rafael Lopes Azevedo, conhecido por “Tchô Tchô”, não são realizadas apenas pela Polícia Federal. Parte dos crimes descobertos estão a cargo da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
O delegado, ex-chefe da Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Furto, Roubo e Desvio de Cargas, se entrgou há 10 dias e está preso preventivamente na Casa de Custódia da corporação, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte.
As suspeitas da PF, que coordenou a Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), composta também pelas polícias Civil, Militar e Penal, tiveram início a partir das investigações que envolvem o traficante Carlinhos da Madeireira, que cumpre pena em presídio mineiro.
As investigações apontaram que o delegado seria sócio do traficante em atividades criminais. Apenas esse crime ficou a cargo da Polícia Federal.
Corregedoria
A Polícia Federal repassou à Corregedoria da PCMG, também chamada de Corró, nos meios policiais, as investigações e provas de crimes que envolveriam a Delegacia Especializada de Furto de Veículos, então chefiada por "Tchô Tchô".
Entre os crimes repassados estão dois processos envolvendo o golpe do seguro, em que veículos eram segurados em duas empresas do ramo. Carros eram roubados, por encomenda, e os proprietários, que na maioria dos casos eram laranjas, recebiam o dinheiro do seguro, que eram repassados ao grupo de policiais e depois, recebia o veículo, que deveria ter sido repassado à seguradora, em contrapartida.
Uma das empresas de seguro vítima do golpe é a Allianz, que, em 2015, ressarciu um Honda Civic. O processo é registrado sob o número 2017/024000037.001.006421826/61, no inquérito PCNrt, e na justiça recebeu o número 15.015.468-0.
Outra vítima é a Sompo Seguradora. Nesse inquérito, que recebeu o número 1186724-14.2018.8.13.0024, de 22/11/2018, o dinheiro também foi recebido e o bem ressarcido à suposta vítima. Nesse processo é questionada a conduta do delegado.
“Tchô-Tchô” também estaria envolvido em esquentar caminhões ilegais, que teriam sido propriedade do Exército, crime que pode envolver até mesmo uma fábrica de veículos.
Um outro caso seria o roubo de esmeraldas, ocorrido em um hotel, em Contagem. O prejuízo do pedrista seria de R$ 1 milhão. O delegado teria sido um dos homens que se passaram por comprador e atraíram a vítima até a Grande BH. O grupo estaria envolvido até mesmo com política.
Existe ainda o envolvimento em grilagem de terrenos. Lotes estariam na Grande BH, sendo um deles, na Avenida Fleming, no Bairro Ouro Preto, em BH, e outros em Ribeirão das Neves e Vespasiano.