Um dos museus mais frequentados do Circuito da Liberdade, localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH), além de duas exposições em cartaz e peças teatrais, está recheado de atividades culturais e divertidas programadas para o mês de julho, durante o período de férias. As ações atendem crianças, jovens e adultos.
Inaugurado em 2013, o local já apresentou diversas exposições itinerantes que marcaram a vida cultural da capital mineira, como “Elles: Mulheres Aristas na coleção do Centro Pompidou”, que reuniu 120 obras de 65 artistas produzidas de 1907 a 2010, “Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi”, “Movimento Armorial 50 anos” e “Dreamworks Animation: A Exposição – Uma Jornada No Esboço À Tela”. Esta, segundo a gerente-geral do CCBB-BH Gislane Tanaka, bateu recorde de público em Minas Gerais, com mais de 605 mil visitas.
Além de ser um exibidor de arte, o CCBB-BH busca produzir ações formadoras interdisciplinares, por meio do programa CCBB Educativo. Nas férias de julho, foram criadas as atividades inéditas “Pigmentar-te” e “Território em Mim”, além de manter outras ações, como a “Hora do Conto” e “Livro Vivo”, que estão com os dias de realização ampliados.
Além disso, está em cartaz, até o dia 8 de agosto, a trilogia “Viagens Extraordinárias“, da Cia. Solas de Vento. As peças adaptadas foram feitas a partir das histórias criadas pelo escritor francês Júlio Verne. Ao todo serão apresentados os espetáculos “A Volta ao Mundo em 80 dias”, “Viagem ao Centro da Terra’ e “20.000 léguas de distância”. “O nosso objetivo e compromisso é ser um espaço democrático e multidisciplinar para receber as pessoas. Esperamos que elas venham aqui e encontrem várias coisas para fazer, além de ser um ambiente de lazer com qualidade e diversidade”, afirmou Gislane.
"O nosso objetivo e compromisso é ser um espaço democrático e multidisciplinar para receber as pessoas. Esperamos que elas venham aqui e encontrem várias coisas para fazer, além de ser um ambiente de lazer com qualidade e diversidade"
Gislane Tanaka, gerente-geral do CCBB-BH
Brasilidade Com classificação livre e gratuitas, estão em exposição, no museu, a “Coleção Brasileira de Alberto e Priscila Freire” e “Brasilidade Pós-Modernismo”. A primeira apresenta 108 peças do acervo pessoal da colecionadora mineira Priscila Freire e de seu marido, construída durante muitos anos e que trazem histórias particulares. Ao todo, a exposição é dividida em três núcleos, Arte Brasileira, Arte Mineira e Arte Popular, e estão distribuídas no andar térreo do CCBB-BH. A coleção apresenta obras de artistas nacionais consagrados, como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Yara Tupinambá, Mário Zavagli, Maurino de Araújo e Nino e Maria Lira.
Já “Brasilidades Pós-Modernismo” celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e apresenta as conquistas que o movimento trouxe às artes plásticas do Brasil, além de trazer reflexões contextuais, a partir da atualidade. A exposição, que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, reúne obras de 51 artistas de diversas gerações, como Adriana Varejão, Arnaldo Antunes, Cildo Moreira, Daniel Lie e Rosana Paulino Tunga.
Segundo Gislane, além de exposições interessantes e diversas atividades, a visita ao CCBB-BH, em si, já é um ótimo programa de férias. “O próprio prédio já é uma visita e passeio, por causa da questão patrimonial preservada. O edifício de 1930 e totalmente restaurado, adaptado para receber um Centro Cultural, o Pátio Central com uma cobertura de vidro super-bonita, os vitrais, já torna a visita ao museu um programa. Dentro dele, ainda, você consegue ver duas exposições totalmente gratuitas e de artistas renomados”, disse.
Estagiária sob supervisão do subeditor Marcílio e Moraes
Oficinas dialogam com as exposições
As oficinas oferecidas no Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte, por sua vez, buscam dialogar com as exposições em cartaz. Promovidas pelo CCBB Educativo, o intuito é estabelecer um diálogo com a programação do CCBB-BH, de modo mediado, para criar um laço afetivo e também reflexivo sobre as obras apresentadas no espaço. Tais atividades englobam crianças, a partir de três anos, até os idosos.
“O CCBB entende que uma instituição cultural está além de ser somente um exibidor de arte. É também um agente formador de público e de educação da população, tanto nos níveis estéticos quanto históricos, sociais e filosóficos. Nesse contexto, nasce o programa educativo, com essa ideia de estabelecer um diálogo direto entre a Programação do CCBB e os mais variados públicos que podem acessar esse espaço”, disse o coordenador-geral do CCBB Educativo Danilo Filho.
É considerando a exposição “Brasilidade Pós-Modernismo”, que as atividades “Pigmentar-te” e “Território em Mim” foram pensadas para as férias de julho. No caso da última, o “Pequenas Mãos, ação destinada às crianças de três a seis anos, a aposta é diálogo com os eixos identidade e natureza. Por isso, os participantes farão um mapa topográfico de si mesmos.
“Buscamos refletir sobre a relação do corpo humano com o ambiente. Por exemplo, nossos corpos são formados por veias, onde o sangue corre, e ao analisar um território, como Minas Gerais, onde tem um mapa fluvial que também funciona como isso, a criança é convidada a traçar um mapa do seu corpo, preenchendo com elementos naturais, como folhas e sementes. No final, a criança leva um vaso de plantas com sementes, para ela poder cultivar e lembrar desse território que ela é”, afirma Filho.
Já as atividades do “Pigmentar-te”, que ocorre no Atelier Aberto, são para pessoas a partir de sete anos e trazem uma pesquisa, a partir de uma obra da exposição, de pigmentos naturais com vários tons de argila. Assim, os visitantes são convidados a criar tintas, para poderem encontrar o próprio tom de pele. “Ao encontrar seu tom de pele, ele usa a tinta para pintar e tingir um pedaço de tecido e coloca para secar. O nosso intuito é, até o final da exposição, fazer uma performance, onde vamos costurar esses diversos tons de peles, que serão registrados numa grande bandeira. Trazendo um pouco dessa discussão de qual é a cor da nossa bandeira, qual é a cor do Brasil. Entendendo que ele tem diversas tonalidades”, explicou o coordenador-geral.
O Livro Vivo, por sua vez, é a mediação de leitura, em voz alta, onde é selecionado livros que conversam com a exposição. Além disso, é feita uma conversa com o público, crianças e adultos, ao final de toda atividade. Por último, “O Hora do Conto” é uma seção de contação de histórias de contos populares, em que os educadores artistas e músicos se apresentam.
Conforme Filho, o objetivo é oferecer imersão ao público. “O nosso intuito é despertar nas pessoas não só a curiosidade de mergulhar nas obras dos artistas que estão ali presentes, mas também alfabetizar artística e esteticamente. Entender os repertórios, discussões e reflexões que estão por trás das artes, desde uma perspectiva dialógica, ou seja, mais reflexiva e racional nas visitas mediadas, até numa perspectiva prática de colocar a mão na massa”, contou. (AM)
Momentos de intimidade para famílias
O coordenador-geral do CCBB Educativo, Danilo Filho, alerta que as crianças que participarão das atividades do museu devem, obrigatoriamente, ser acompanhadas pelos responsáveis. “Essa é uma das nossas prerrogativas. O responsável precisa participar das atividades, e não apenas deixar a criança na oficina. Assim, eles podem estabelecer e aprofundar o momento de intimidade, criando laços mais fortes, a partir da experiência provocada pela arte. Então, todos conseguem estabelecer um diálogo”, explicou o coordenador-geral.
A advogada Mariana Lima, 41, aproveitou a programação de férias do CCBB-BH, e levou os filhos Pedro,4, e João,7, para participar do “Hora do Conto”. “Eles adoraram, foi surpreendente. No início, os dois ficaram desconfiados, pois não sabia o que iria ter, já que é um museu. Depois, ficaram admirados com o espaço e, sobretudo, com o contador de histórias”, disse.
Ela afirma que o filho mais novo ficou impressionado com as danças e músicas da história. “Ele achou o ator magnífico, e que a contação foi muito diferente. Além de narrar, eles também representam. Recomendo os pais levarem as crianças não só ao CCBB, mas em todo Circuito Liberdade e outros pontos de BH, sendo uma forma de tirá-las da tela. Isto é algo difícil de controlar, mas, se prestarmos atenção, tem muita coisa interessante, e as crianças gostam muito”, completou.
A veterinária Dayenne Laine, 25, também levou o enteado Pedro, 7, para participar do “Hora do Conto”. “Foi muito divertido ver ele interagindo com as outras crianças e prestando a atenção na história. Ele não conhecia o CCBB, e foi uma atividade diferente, que o tirou da rotina de férias”, contou.
Além da atividade, os dois visitaram todo o museu. “O Pedro pôde ver como a estrutura dos prédios eram antigamente, e ficou super-encantado. Muitas crianças de BH não conhecem o Circuito Liberdade e, além de ser um programa gratuito, contribui para a formação delas. Por isso, eu super-recomendo o passeio”, afirmou. (AM)
Diversão para todos
Opções de atividades culturais
e educativas no CCBB-BH
z Serviço CCBB Belo Horizonte
Praça da Liberdade, 450
Funcionários, Belo Horizonte – MG
Funcionamento – aberto todos os dias,
das 10h às 22h, exceto às terças-feiras
Telefone: 31 3431-9400
APRESENTAÇÕES
Viagens Extraordinárias
Período: 15 de julho a 8 de agosto
Dias e horários: sextas e segundas às 19h e sábados e domingos, às 16h. Sessões em Libras: dias 23, 30 de julho e 6 de agosto.
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte - CCBB BH
Endereço: Praça da Liberdade, 450 -
Funcionários – Belo Horizonte/MG
» "A volta ao Mundo em 80 dias"
Temporada: 15 a 25 de julho
Duração: 70 min
Classificação indicativa: LIVRE (indicado
para crianças a partir de 4 anos)
» "Viagem ao Centro da Terra"
Temporada: 29 de julho a 1 de agosto
Duração: 70 min
Classificação indicativa: LIVRE (indicado
para crianças a partir de 5 anos)
» “20.000 Léguas Submarinas”
Temporada: 5 a 8 de agosto
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: LIVRE (indicado
para crianças a partir de 7 anos)
Ingressos: R$ 30 (inteira) - à venda no APP e site Eventim (https://bit.ly/3nx7kEp) e
na bilheteria física do CCBB BH.
EXPOSIÇÕES
» COLEÇÃO BRASILEIRA de Alberto
e Priscila Freire
Período: 25/5 a 29/8
Entrada gratuita – não é necessário
retirar ingresso para visitação
» Mostra coletiva
“Brasilidade Pós-Modernismo”
De 29 de junho a 19 de setembro
Horários de visitação: Todos os dias,
das 10h às 22h, exceto às terças.
Ingressos gratuitos, retirados pelo
site bb.com.br/cultura ou pela Eventim.
OFICINAS
» “Pigmentar-te”
Funcionamento: Quinta a domingo
(12h às 15h e das 16h às 18h)
» ‘Pequenas Mãos – Territórios em Mim’
Funcionamento: Quinta a domingo,
às 15h.
» “Hora do Conto”
Funcionamento: Quinta a domingo,
às 14h e às 16h.
» “Livro Vivo”
Funcionamento: Quinta a domingo,
às 13 e às 17h.